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Internautas relatam atraso e abandono de ônibus por causa de trânsito ruim em SP

Eduardo Lucizano

Colaboração para o UOL, em São Paulo

21/11/2018 15h02

Atraso, gastos com pedágio e abandono de ônibus para fazer o trajeto andando. A interdição por tempo indeterminado de um trecho da pista expressa da marginal Pinheiros, na zona oeste, por causa do viaduto que cedeu na semana passada, causou impacto direto na rotina da população nesta quarta-feira (21).

Ao longo do dia, internautas enviaram mensagens por WhatsApp para o UOL relatando as dificuldades encontradas. Quem quiser enviar fotos, vídeos e relatos para a redação do UOL Notícias, o número do WhatsApp é (11) 95520-5752.

Segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), a cidade registrou pico de 153 km de lentidão às 9h, quando a média varia entre 92 km e 122 km. O recorde para o período da manhã neste ano é do dia 6 de agosto, quando atingiu 208 km de congestionamento.

No primeiro dia útil após os feriados prolongados da Proclamação da República e da Consciência Negra, o advogado Mário Renato Monterosso Jr. disse que ficou preso no congestionamento mesmo saindo com 30 minutos de antecedência.

“Saí meia hora antes do normal do Jardim da Saúde para a Ponte Pequena, tudo travado na Avenida do Estado, perto do Mercadão [Mercado Municipal]. Vou tomar multa por infringir o rodízio e por culpa da prefeitura e da CET”, afirmou.

O analista Anderson Lima, que faz o trajeto do Terminal Campo Limpo para o Butantã de ônibus, disse que precisou descer do veículo para tentar chegar ao trabalho. “Trânsito muito fora do normal no corredor de ônibus na estrada do Campo Limpo, sentido centro. Desci do ônibus e fui andando”, disse Lima.

Nem mesmo quem está de férias pôde relaxar com o congestionamento e a falta de previsão para que a situação volte ao normal na cidade.

Larissa Scarpa mora no Jaguaré e trabalha em Santos. Ela vai de carro todos os dias para o trabalho, mas diz que mesmo de férias está preocupada com o retorno do litoral.

“Pela manhã já vou pelo Rodoanel para fugir da marginal Pinheiros e [da avenida] Bandeirantes, mas a noite sempre vinha pela marginal. Agora, terei que voltar à noite pelo Rodoanel. Além de ter dois pedágios a mais, ele é muito perigoso por não ter sinal de celular. Estou apavorada em imaginar fazer isso por muitos meses”, disse.

O internauta Agnaldo Brites afirmou que pegou lentidão após a ponte Eusébio Matoso. “Saí de casa às 6h. Fiz o trajeto São Caetano até Butantã. O caminho foi bom até a ponte Eusébio Matoso, mas depois da ponte percebi que o trânsito já estava lento. O trajeto que geralmente levaria de 35 a 40 minutos teve duração de 50 minutos”, disse.

Gabriela, que se identificou como estudante da USP, diz que levou quase o dobro do tempo para chegar à universidade. “Fui extremamente afetada pela interdição da via expressa da marginal. Percorro o trecho que vai da avenida dos Bandeirantes, altura da ponte da avenida Santo Amaro até a Cidade Universitária. Normalmente, costumo levar não mais 18 minutos. Hoje, mesmo saindo 20 minutos mais cedo de casa, levei cerca de 30 minutos”, disse.

Pela manhã, o prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), afirmou que o trânsito na cidade ficou abaixo do esperado no "primeiro dia normal", após a interdição.

O viaduto, que cedeu cerca de 2 metros, tem mais de 500 m de extensão, e 200 m dele foram afetados pelo colapso parcial. Fica junto ao parque Villa-Lobos, a cerca de 500 m da ponte do Jaguaré, na zona oeste da capital paulista, e é rota de acesso à rodovia Castelo Branco (SP-280), principal ligação da Grande São Paulo com o interior paulista, e à marginal Tietê.

Inaugurado há 40 anos, em outubro de 1978, com a promessa de encurtar a distância de motoristas entre as marginais e eliminar gargalo de congestionamentos, o viaduto feito de concreto protendido (com resistência adicional em relação ao concreto comum), dispõe de cinco faixas de tráfego e, segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), 1.500 veículos circulavam em cada uma delas por hora.

Após o acidente, 20 km da pista expressa da marginal Pinheiros chegaram a ser interditados. Desde segunda-feira (19), o bloqueio da via expressa caiu para 10 km, entre a ponte Eusébio Matoso e o CDP (Centro de Detenção Provisória) de Pinheiros, nas cercanias do local do acidente. Não há previsão para o fim dessa interdição.