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SP termina sustentação, mas ainda não sabe como consertar viaduto que cedeu

Guilherme Mazieiro

Do UOL, em São Paulo

22/11/2018 13h21Atualizada em 23/11/2018 12h05

A Prefeitura de São Paulo informou que terminou nesta quinta-feira feira (22) o estacamento da décima e última viga de sustentação do viaduto que cedeu na marginal Pinheiros, zona oeste, na semana passada. Apesar de finalizada a etapa, ainda não há previsão de quando e qual macaco hidráulico será utilizado para segurar o viaduto. O equipamento é fundamental porque irá aliviar a pressão que a pista que cedeu faz sobre o pilar. 

A prefeitura não deu há prazo para que o viaduto volte a operar e não foram apresentados motivos que expliquem a ruptura. “Prazo não consigo dar, porque estamos começando agora o trabalho de prospecção para entender qual foi o problema e o que originou esse acidente “, afirmou o secretário municipal de Obras, Vitor Aly.

De acordo com Aly, esta primeira etapa serviu para dar maior sustentação ao solo e aliviar um pouco o peso do viaduto sobre a estrutura metálica. Os operários devem abrir mais duas janelas --blocos retirados para análises técnicas-- do viaduto. Duas já foram retiradas.

Por conta do acidente, a via expressa da marginal Pinheiros continua bloqueada e, pelo segundo dia consecutivo, a cidade de São Paulo registrou congestionamento acima da média ao longo da manhã.

Para explicar a obra, o secretário deu um exemplo da troca de um pneu de carro em um terreno fofo. Se o macaco para trocar o pneu for utilizado sobre um terreno mole --como o que está sob o viaduto, não será possível levantar o carro. É preciso usar uma base firme para então alocar o macaco e levantar o veículo.

No caso do viaduto, terminou essa primeira fase para fortalecer a base, mas não há previsão para instalar o macaco.

O viaduto cedeu cerca de 2 metros na quinta-feira (15). A estrutura tem 500 m de extensão, e 200 m dele foram afetados pelo colapso parcial, dos quais 120 estão escorados.

A área fica junto ao parque Villa-Lobos, a cerca de 500 metros da ponte do Jaguaré e é rota de acesso à rodovia Castelo Branco, principal ligação da Grande São Paulo com o interior paulista, e à marginal Tietê.

Inaugurado há 40 anos, em outubro de 1978, com a promessa de encurtar a distância entre as marginais e eliminar o gargalo de congestionamentos, o viaduto feito de concreto protendido (com resistência adicional em relação ao concreto comum), dispõe de cinco faixas de tráfego e, segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), 1.500 veículos passavam por cada uma delas a cada hora.

TCM acompanha contrato emergencial

O presidente e o vice-presidente do TCM (Tribunal de Contas do Município) visitaram as obras nesta quinta-feira.

O órgão faz o acompanhamento de um contrato emergencial -- sem licitação-- assinado pelo prefeito Bruno Covas (PSDB) para contratar uma empresa responsável pela sustentação do viaduto.

O valor e o nome da empresa não foram divulgados. O acompanhamento burocrático do contrato --analisar condições, valores e termo--, faz parte das funções do órgão.

O presidente da corte João Antônio da Silva Filho, disse que também aguarda um oficio da prefeitura para analisar a possibilidade de uma segunda contratação emergencial, neste caso, para vistoriar todos os 185 viadutos do município.

A prefeitura deve formalizar o documento até sexta-feira (23) para que o órgão libere o uso de verbas no novo contrato.

“Acho que justifica uma ação organizada do Executivo para fazer todas as obras viárias de São Paulo”, disse Silva Filho após ver a situação do viaduto.