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Polícia tenta rastrear origem da arma para saber se atirador recebeu ajuda

Guilherme Mazieiro

Do UOL, em Campinas (SP)

12/12/2018 17h20

A Polícia Civil tenta descobrir qual motivo levou Euler Fernando Grandolpho a cometer um ataque a tiros contra fiéis dentro da Catedral Metropolitana de Campinas (a 100km de São Paulo), na terça-feira (11). O foco das investigações está em ouvir testemunhas e vítimas, rastrear como as armas utilizadas no crime chegaram até o atirador e saber se alguém ajudou a obter o armamento.

Seis pessoas morreram no ataque, incluindo o próprio autor dos disparos, que, segundo a PM (Polícia Militar), se suicidou.

A Polícia investiga se as armas foram furtadas ou já pertenceram a algum colecionador ou atirador profissional. No ataque, Grandolpho disparou 22 tiros e tinha mais 28 munições.

"[A pistola] Dificilmente foi furtada das Forças Armadas, pois não usam essa arma. Vamos tentar ver o caminho que ela fez para chegar até o Euler", disse o delegado do caso, Hamilton Caviolla, durante entrevista à imprensa na tarde desta quarta-feira (12).

Para isso, a Polícia enviará pedido para que o Exército apresente a relação de atiradores cadastrados no país que têm ou tiveram uma pistola do mesmo modelo que Grandolpho utilizou. A Polícia Federal também será comunicada para relatar os registros de furto dessa arma nos últimos anos.

Pistola 9 mm e revólver calibre 38 com numerações raspadas que teriam sido usados pelo atirador Imagem: Guilherme Mazieiro/UOL
Um profissional especializado em armas fará a análise da pistola CZ 75B , 9 mm, de fabricação tcheca. A arma é difícil de ser encontrada no Brasil, segundo o delegado que coordena a investigação.

"Queremos traçar o perfil dele. É claro que ele sabia manejar uma arma. Ele conseguiu trocar o pente da pistola enquanto andava. Quem tem essa habilidade de recarregar enquanto caminhava não é expert, mas sabe usar uma arma. Ele sabia o alto grau de letalidade desta arma, com certeza", afirmou Caviolla.

Um fotógrafo fez imagens em alta resolução das cápsulas deflagradas e intactas para tentar identificar numerações minúsculas e praticamente invisíveis a olho nu. 

No entanto, são munições com pelo menos 5 anos de fabricação, porque desse período para os dias de hoje, esse tipo de cápsula começou a ser fabricada com números de lote, segundo a Polícia.

Já o revólver calibre 38 também encontrado junto ao corpo de Grandolpho segundo a PM, foi desmontado, e se encontraram alguns números internos de fábrica que podem ajudar a identificar o número oficial de série. A arma será enviada à Taurus, empresa que fabricou o armamento, para que tentem rastrear quando foi vendida inicialmente e outros registros oficiais.

Último dia de Grandolpho

O delgado chefe do Deinter-2, José Henrique Ventura, disse também em entrevista coletiva nesta quarta-feira que no dia do crime, Euler Grandolpho acordou em sua casa em Valinhos (cerca de 15 km de Campinas), almoçou e saiu para depois cometer o crime. A família contou à polícia, inicialmente, que ele pode ter ido de ônibus para a Catedral.

A Polícia também solicitou imagens do circuito de vigilância da prefeitura de Campinas para tentar identificar os passos que ele deu. O objetivo de todos esses desdobramentos é tentar entender o motivo do crime.

Nenhum familiar de Grandolpho foi ouvido oficialmente pela Polícia, o que deve acontecer nos próximos dias. Nesta quarta-feira (12), a primeira testemunha foi ouvida, o sobrevivente Ludar Brognoni.

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