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Conserto de viaduto da marginal consumirá 5 meses e R$ 30 mi, diz prefeito

Guilherme Mazieiro/UOL
Imagem: Guilherme Mazieiro/UOL

Guilherme Mazieiro

Do UOL, em São Paulo

17/12/2018 12h15Atualizada em 17/12/2018 13h58

O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), disse nesta segunda-feira (17) que o viaduto da marginal Pinheiros será reconstruído em até 5 meses. O custo da obra será de R$ 30 milhões. A declaração foi feita em entrevista para jornalistas um mês depois de o viaduto ceder 2 metros, em 15 de novembro.

De acordo com Covas, a demolição e reconstrução da estrutura levariam ao menos 2 anos e meio e teria custo estimado em R$ 70 milhões, por isso a prefeitura optou por uma "remediação".

"É mais barato e mais rápido [a reconstrução]. Pode parecer [um prazo] longe, mas é possível", disse Covas. O prefeito informou que os recursos para o reparo sairão dos cofres da prefeitura. "A opção pela remediação está sendo feita porque ela é mais barata e mais rápida ", disse Covas. Ele justificou que essas obras e projetos foram baseados em transparência, segurança e rapidez.

A obra será feita pela empresa JZ Construções, que assinou neste mês um contrato emergencial de 180 dias. O prefeito justificou que a contratação emergencial era para as medidas imediatas de sustentação, elevação e, agora, reparo da estrutura.

O secretário de Obras, Vitor Aly, disse que o valor de R$ 30 milhões é o custo total do contrato com a empresa, que engloba os gastos iniciais da manutenção feita pela empresa, sustentação da estrutura até a entrega do viaduto, prevista para o maio.

O viaduto cedeu 2 metros em 15 de novembro e desde então a prefeitura tomou medidas para sustentar a estrutura e levantar a parte desnivelada. Adequações viárias foram feitas no local para aliviar o trânsito e parte do rodízio foi suspenso na região.

Motivos da ruptura e reparos

Vitor Aly disse ainda que não é possível indicar uma causa específica para a ruptura. A secretaria aponta para uma combinação de fatores que pode ter levado à "fadiga do concreto e à ruptura de parte da viga".

"Existem defeitos ocultos que não são visíveis na vistoria. O prefeito disse: quero os laudos estruturais e que eles nos digam qual a condição de cada obra de arte [nome técnico dado aos viadutos e pontes]", disse, em referência aos estudos que poderão detalhar o que de fato provocou a cessão.

As obras para recuperar a estrutura incluem o alargamento da cabeça dos pilares, reconstrução dos pilares afetados e reparo das vigas. Partes das lajes superior (pista) e inferior de concretos apresentaram fissuras de 5 mm precisarão ser refeitas. Nesses reparos serão utilizados materiais como resina e fibras de carbono.

Na manhã desta segunda-feira (17), Ministério Publico e técnicos do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) fizeram vistoria surpresa no viaduto. A vistoria deve se estender até o final da semana.

Trânsito

A CET (Companhia De Engenharia de Tráfego) informou que está concluindo obras para uma nova transposição para a pista expressa, sentido Interlagos, na altura da ponte Tapaiuna.

O secretário de Transportes, João Octaviano, explicou que o objetivo era liberar o maior trecho de tráfego possível. Com a obra finalizada, serão 2,9 km bloqueados nas proximidades do viadutos. Inicialmente, em novembro, 20 km de pistas foram fechados.

O trecho interditado fica na pista expressa, altura do parque Villa-Lobos, sentido rodovia Castello Branco, onde ocorreu a ruptura. O local registra congestionamentos diários.

A prefeitura também informou que pode judicializar um processo para identificar se o viaduto pertence de fato à administração municipal ou ao governo estadual.

"A gente tem recurso em caixa e empresa contratada [ para consertar o viaduto]. Se for o caso, mais adiante, até por entendimento do Tribunal de Contas do Município, você tem outros órgãos de controle envolvidos para tomar uma decisão sobre o ressarcimento [ao governo municipal]. Mas é o que pode ocorrer", disse Covas.

Avaliação de 185 pontes e viadutos

A prefeitura informou também que serão três etapas para fazer a elaboração dos laudos estruturais de 185 pontes e viadutos da cidade.

A primeira delas, na sexta-feira (21), será a apresentação da relação de empresas aptas para vistoriar 33 pontes e viadutos da cidade.

Essa divulgação faz parte do trâmite burocrático do processo licitatório. O custo estimado desta fase é de R$ 11, 5 milhões.

"Nós já demos andamento no chamamento das empresas de consultoria. As primeiras 33 pontes, tem 31 empresas interessadas apresentaram sua documentação e dia 21 estamos publicando as empresas passíveis se fazerem os laudos estruturais ", disse Vitor Aly.

Na segunda etapa, 40 pontes que fazem parte de um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta), assinado em 2007.

A terceira fase cuidará das demais estruturas sob responsabilidade da prefeitura.

"Concomitantemente a isso [terceira fase] vamos dar início a contratações de laudos periciais dos túneis ", disse o secretário de Obras sem dar prazos para essas fases.