Policial civil perde cargo 19 anos após matar menino de 9 anos em SP

Um policial civil de São Paulo, preso e condenado por ter matado um menino de 9 anos em 1999, perdeu o cargo na corporação 19 anos após o crime, conforme publicação do Diário Oficial do Estado da última terça-feira (18).
O ato assinado pelo governador Márcio França (PSB) afirma que Antônio Marcelo Jordão Pacheco, que era investigador na Polícia Civil, perde o cargo em decorrência do julgamento que o condenou por homicídio simples. O caso ocorreu na Brasilândia, zona norte da capital,
Segundo a Justiça de São Paulo, o ex-investigador está no presídio da Polícia Civil e tem previsão de término de pena em 9 de outubro de 2034 -- prazo que pode ser reduzido por bom comportamento, trabalho e estudo dentro da cadeia.
Com a perda do cargo, é possível que Pacheco seja enviado a um presídio comum. Normalmente, ex-policiais que perdem o cargo em São Paulo vão para a penitenciária de Tremembé, a 174 quilômetros da capital.
O processo que condenou o ex-investigador está com a juíza responsável para análise de pedido de remição de pena. Pacheco também responde a outro caso na Justiça paulista, ainda em tramitação.
A advogada Solange Korbage, do escritório que representa o condenado, informou que "entraria em contato se fosse o caso". A SSP (Secretaria da Segurança Pública) informou que o policial respondeu a um processo administrativo que foi relatado em julho de 2009 com proposta de demissão.
"A pena foi aplicada em julho de 2012 sendo que, a partir dessa data, o policial já não recebia salário. A Secretaria da Segurança Pública não compactua com desvios de conduta por parte de seus funcionários e, por isso, conta com Corregedorias atuantes que apuram com total rigor todas as denúncias envolvendo seus agentes", informou a pasta, em nota.
Menino morto era vizinho do policial
Por volta das 18h30 de 22 de novembro de 1999, um domingo, Pablo Eduardo Resude, 9, e um vizinho, identificado à época como Danilo, 10, brincavam na rua Macedônia, na Brasilândia, zona norte de São Paulo, atirando pedrinhas em um alvo imaginário, segundo a investigação feita à época.
Danilo atirou uma das pedras contra o portão de aço da casa do investigador Pacheco. Segundo a Polícia Civil, o ex-investigador revidou o barulho atirando contra o portão. Um dos tiros atingiu a cabeça de Pablo, que morreu ao chegar no hospital Vila Penteado, que fica na região. Danilo não foi atingido.
Pablo era filho de um motorista e de uma empregada doméstica. Pacheco não chegou a ser preso após o depoimento. E, inicialmente, havia sido indiciado por homicídio culposo, quando não existe a intenção de matar.
Enquanto Pacheco prestava depoimento na delegacia, vizinhos entraram em sua casa, atearam fogo em seus móveis e roupas e quebraram vidraças. O ex-investigador, que morava no local havia quatro meses, nunca mais voltou lá. Um dia depois do caso, um carro de polícia passou pela casa e levou seus pertences.
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