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Suspeito de matar esposa alega briga por causa de celular; família contesta

Daniela Eduarda Alves foi morta a facadas na região metropolitana de Curitiba - Reprodução/Facebook
Daniela Eduarda Alves foi morta a facadas na região metropolitana de Curitiba Imagem: Reprodução/Facebook

Bruno Abdala

Colaboração para o UOL, em Curitiba

15/01/2019 20h09

Um homem foi preso na madrugada desta segunda-feira (14) em Fazenda Rio Grande, região metropolitana de Curitiba, suspeito de feminicídio. Emerson Bezerra da Silva, 34, confessou ter matado a mulher, Daniela Eduarda Alves, 24, com golpes de faca.
 
De acordo com o depoimento à polícia, ao qual o UOL teve acesso, a discussão teria começado por conta de um celular. Mas a delegada à frente do caso acredita que o motivo era outro: ela queria a separação.

Segundo o relato do marido, ele teria pedido o aparelho para configurar o despertador, mas a mulher não entregou, e a briga teria começado.

Ele empurrou a mulher, que caiu sobre uma mesa de centro, levantou, apanhou um caco de vidro e desferiu golpes no pescoço e nas coxas. Depois do ocorrido, o homem conta que foi buscar uma faca na cozinha e atingiu o pescoço da vítima.

À reportagem, no entanto, a família da jovem disse que o crime aconteceu depois de ela ter pedido a separação.

A delegada Gislaine Ortega Pineda, responsável pela investigação, enxerga contradições na fala do suspeito.

"Essa versão é inconsistente, é um motivo banal. A versão mais razoável é a de que ela teria pedido a separação e ele não teria aceitado, o que teria motivado esse crime bárbaro. Eles tinham um relacionamento que apresentava esses conflitos, havia muitas brigas e ela queria a separação", diz a delegada.

Ainda de acordo com Gislaine, caso a versão de Emerson seja comprovada, a situação dele deve se complicar mais e o crime de feminicídio pode ganhar um qualificador de "motivo fútil", com consequente aumento de pena, caso haja condenação. 

Os familiares do casal ainda devem ser ouvidos pela Polícia Civil nos próximos dias. Ainda durante o depoimento, Emerson Bezerra da Silva disse estar arrependido e deu detalhes de como, efetivamente, teria esfaqueado a vítima:

De acordo com a delegada Gislaine Ortega Pineda, até esta terça-feira (15) nenhum advogado havia se apresentado para fazer a defesa do suspeito.

A polícia tem um prazo de 10 dias para concluir o inquérito e encaminhá-lo à promotoria do Ministério Público, que apresentará a denúncia à Justiça.