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Irmã de suspeito de matar jovem em tribunal do crime quer guarda das órfãs

Arquivo pessoal
Imagem: Arquivo pessoal

Rafael Pezzo

Colaboração para o UOL, em São Paulo

21/01/2019 12h55

A família de John Cleber Gaigher da Silva, de 24 anos, preso acusado de envolvimento na execução da sua então companheira Raquel dos Santos Soares, de anos 20, já entrou com um pedido junto ao Conselho Tutelar para ter a guarda das duas filhas do casal. Juliana Gaigher, irmã de John Cleber, e seu companheiro, Rodolfo Medeiros, afirmaram ao UOL que o objetivo da família é que as duas meninas, de um e três anos, fiquem sob a responsabilidade dela e de seu pai, avô paterno das crianças, João Cleber Gaigher. 

As crianças foram deixadas com os avós paternos, que moram no Morro da Lua, entre o primeiro e o segundo julgamentos do "tribunal do crime" aos quais Raquel foi submetida, no dia 31 de dezembro, como aponta investigação conduzida pelo delegado Olívio Gomes Lyra, titular do 37º DP (Campo Limpo). Raquel foi assassinada por supostamente repassar informações sobre o tráfico de drogas da região a uma facção rival. John Cleber escapou, pois faria parte da gangue que executou a jovem, segundo a polícia.

A família de John Cleber alega ter maior proximidade com as meninas e, por isso, se diz no direito de ficar com as duas. "Meus pais sempre ficavam com elas quando a Raque saía. Se elas têm intimidade maior, é com a nossa família", afirmou Juliana. 

A irmã de John Cleber também confirmou que somente permitirá visitas por parte da família de Raquel com respaldo legal. Ela ainda disse estar incomodada com a exposição de sua família, segundo ela, causada por Wilson dos Santos Soares, de 47 anos, pai de Raquel.

"Não queremos essa situação que ele está criando, tanto para a minha família, quanto para as meninas, com jornalistas e equipe de televisão. Ele também usa esse espaço para falar mal da minha família. Caso queiram vê-las, devem procurar o Conselho Tutelar", afirmou Juliana. 

Familiares de Raquel dizem que tentam contato desde a última semana, quando o corpo de Raquel foi localizado, com a família de John Cleber, mas não há qualquer informação sobre o paradeiro das filhas de Raquel e avaliam entrar com pedido judicial para obter a guarda das duas crianças. Juliana alega não ter sido procurada pelo pai ou pela irmã de Raquel.

Enquanto era julgada por uma briga com uma moradora do Morro da Lua, na Zona Sul de São Paulo, membros de uma facção local desconfiaram de Raquel e decidiram levá-la a um novo local. No Morro da Capadócia, decidiram que ela teria repassado informações relativas ao tráfico de drogas a uma gangue rival e que ela deveria morrer, segundo investigação da polícia. 

John Cleber é uma das três pessoas que estão presas suspeitas de envolvimento na morte de Raquel. Além dele, também estão detidas duas mulheres, sendo uma que brigou com Raquel, mas foi liberada após o primeiro julgamento, e a proprietária da residência em que aconteceu o segundo julgamento e a execução da jovem. Outros três suspeitos já foram identificados, mas somente um teve o pedido de prisão temporária decretado.