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Moro mantém Força Nacional no CE após secretário anunciar retirada

Evaristo Sá - 4.fev.2019/AFP
Imagem: Evaristo Sá - 4.fev.2019/AFP

Nathan Lopes

Do UOL, em São Paulo

08/02/2019 11h02

Três dias após o secretário Nacional de Segurança Pública ter anunciado a retirada das tropas da Força Nacional no Ceará, o ministro da Justiça, Sergio Moro, determinou que as equipes de segurança irão permanecer no estado por mais 30 dias. O governador Camilo Santana (PT-CE) havia solicitado que as tropas continuassem no estado.

Na última terça-feira (5), o secretário Guilheme Theophilo, que disputou a última eleição contra Santana, havia anunciado que as tropas começariam a ser retiradas nesta semana, em um processo que duraria dois meses. Moro, porém, indicou que a saída da Força Nacional, será estudada ao longo dos próximos 30 dias a partir de um "plano de desmobilização gradativa". 

O governo do Ceará, que antes de saber da fala do secretário, havia pedido a permanência das tropas, soube do anúncio da retirada pela imprensa.

Em janeiro, ataques de facções criminosas abalaram a segurança no Ceará, que pediu apoio da Força Nacional. Desde 5 de janeiro, 400 integrantes da tropa foram para o estado atuar em "patrulhamento de vias, terminais de ônibus e ações de inteligência em integração com as polícias locais". O ministério da Justiça também atuou na transferência de 40 presos ligados a facções para presídios federais.

Na terça, Theophilo disse que a missão da Força Nacional "era reforçar toda a polícia do Ceará". "E isso ficou bem nítido e bem revelado na diminuição dos ataques, que começaram a declinar até chegarmos no dia 30 e 31 [de janeiro] com zero ataques". Para ele, ocorrências posteriores não são qualificadas como ligadas à onda de ataques. "São oportunistas que estão aproveitando o clima estabelecido", afirmou o secretário.

Nos últimos anos, o Ceará se transformou em um dos principais territórios em disputa por facções que tentam controlar o tráfico de drogas no Brasil e em nível regional. O estado possui portos que são considerados estratégicos para o escoamento de droga para a Europa, Ásia e África.

Atualmente, as três facções mais fortes no estado são o PCC, o GDE (Guardiões do Estado) - que são aliadas - e o CV (Comando Vermelho).

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