Desabamento em SP: "Ela saiu do aluguel, mas comprou passaporte da morte"
Resumo da notícia
- Após fortes chuvas, Mauá, na Grande SP, registrou deslizamentos e desabamentos
- Há um ano, Talita se mudou para a região sem saber que se tratava de uma área de risco
- A casa de Talita desabou e matou dois de seus três filhos
- Talita foi resgatada, mas ainda está internada no hospital
"Ela comprou essa casa porque imaginava que ia sair do aluguel e que o dinheiro daria para dar uma alimentação melhor para as crianças, fazer com que conseguissem se vestir melhor, mas, infelizmente, comprou um passaporte para a morte". É o que conta Isabel Sales, tia de Geovani Sales, marido de Talita dos Santos. Talita perdeu dois filhos após o imóvel onde morava desabar na noite do último sábado (16), em Mauá, na região metropolitana de São Paulo, devido às chuvas.
Há um ano, Talita se mudou para a rua Ana Altomar, no bairro Jardim Zaíra, sem saber que se tratava de uma área de risco, segundo Isabel. O local onde ela morava desabou, em um incidente que vitimou dois de seus três filhos: Miguel, de oito anos, e Maria Eloísa, de 11 meses. Thaynná, de 11 anos, a mais velha, conseguiu correr e ficou apenas com alguns arranhões pelo corpo.
A mãe, no entanto, foi resgatada e levada ao Hospital de Clínicas Dr. Radamés Nardini, onde passou por uma cirurgia que durou cerca de cinco horas para recuperar o couro cabeludo, segundo a familiar. Lá, apesar das perdas, ela descobriu que está grávida de três meses.
Maria Eloísa e Miguel foram enterrados neste domingo (17), mas a cerimônia não teve a presença da mãe, recém-operada e ainda no hospital.
Os meninos José Henrique e Guilherme, de 4 e 11 anos, também foram vítima de um desabamento no mesmo bairro. Segundo familiares, os pais dos pequenos ainda estavam hospitalizados até o fim da tarde de hoje. Os bombeiros, no entanto, não divulgaram os nomes deles nem o estado de saúde.
Imóveis interditados
Quinze imóveis na localidade foram interditados pela Defesa Civil da cidade. Uma nova vistoria começou no final desta manhã. As pessoas que deixaram suas residências preferiram ir para casas de parentes, de acordo com o secretário de governo de Mauá, João Veríssimo, em entrevista à Globo News.
"Nessa época do ano, janeiro e fevereiro, a Defesa Civil procura cadastrar os moradores em área de risco. Muitas delas se recusam a sair, o que é até natural, já que elas não teriam outro lugar para aonde ir", alegou o secretário.
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