Rio: família diz que PMs balearam ex-cabo do Exército e negaram socorro
Um ex-cabo do Exército Joseilton de Jesus Cavalcante, 27, foi baleado por policiais militares no Complexo da Penha, na zona norte do Rio de Janeiro, na madrugada de ontem. A família dele diz que os disparos partiram de policiais militares, a menos de 30 m, e que eles recusaram prestar socorro. Joseilton foi baleado na perna enquanto colocava uma motocicleta na garagem de casa.
O primo do ex-militar Moises Cavalcante contou que a família pediu ajuda para socorrê-lo, mas que os policias disseram que "não podiam fazer nada". De acordo ainda com o parente, os policiais só prestaram auxílio após verificarem que Joseilton era ex-cabo do Exército dispensado no mês passado. A vítima pertencia ao quadro de funcionários temporários das Forças Armadas.
"Eles atiraram de muito perto. Meu primo tinha aberto o portão da garagem para colocar a moto para dentro. Quando foi pegar a moto, eles atiraram. Estavam a menos de 30 m deles. Quando pediram ajuda, eles recusaram a levar para o hospital", contou Moisés ao UOL.
A família disse ainda que os PMs recolheram cápsulas no local que Joseilton foi atingido. A vítima foi levada para o Hospital Getúlio Vargas, na Penha, na zona norte, onde foi operado. O ex-militar está em observação, segundo o parente.
Atualmente, o ex-militar, que nasceu e foi criado na comunidade da Penha, trabalhava com entregas de moto por meio de um serviço de aplicativo. O primo teme que ele tenha de ter a perna amputada. "Estamos esperando para ver como ele vai reagir e se vai precisar amputar a perna. Agora temos só que aguardar."
A plataforma OTT (Onde Tem Tiroteio) registrou inúmeros disparos na região: Praça do Inter, Morro da Fé, Vacaria, Grotão, Chatuba, Rua do Cajá, Sacopã e Rua A. De acordo com o aplicativo, que monitora registros de confrontos no Rio, os disparos podiam ser ouvidos na rua Nossa Senhora da Penha, um dos acessos à comunidade.
O que diz a Polícia Militar
Sobre a operação, a PM disse que o confronto começou após criminosos armados atirarem contra os policiais. Cinco criminosos foram presos. "Quatro deles, segundo uma moradora, entraram em sua residência através de ameaças", disse a corporação por meio de nota. Três rádios transmissores, três carregadores e um caderno de anotações foram apreendidos com eles.
Dois dos presos tinham passagens criminais e um deles estava com mandado em aberto. A ocorrência foi encaminhada à 21ª DP (Bonsucesso).
A PM informou também que "o comando da corporação não compactua com possíveis desvios de conduta por parte de seus policiais, punindo exemplarmente os envolvidos quando comprovados os fatos". A corporação enfatizou que os canais oficiais para denúncias estão à disposição da população em tempo integral: WhatsApp por meio do número (21) 97598-4593, pelo telefone (21) 2725-9098 ou pelo e-mail denuncia@cintpm.rj.gov.br. O anonimato é garantido.
Operação na favela
O tiroteio começou na comunidade com a chegada de policiais do BPChq (Batalhão de Choque) da PM. Além do ex-cabo do Exército, uma adolescente de 17 anos, que ainda não teve o nome divulgado, também ficou ferida.
De acordo com relatos, a ação da polícia começou durante um evento na comunidade. Um vídeo postado na internet mostra o momento exato da chegada da PM na festa durante a apresentação do coletivo rap Poesia Acústica. O UOL ainda não conseguiu contato com os artistas.
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