Prédios desabam no Rio de Janeiro
Dois prédios desabaram por volta das 6h30 de hoje na comunidade da Muzema, na zona oeste do Rio. Segundo o Corpo de Bombeiros, ao menos quatro pessoas morreram.
No início da noite, um adolescente de idade não revelada foi retirado dos escombros. Também morreram soterrados Raimundo do Nascimento, 40, e um garoto não identificado. Outro homem, Cláudio Rodrigues, foi socorrido, mas morreu à tarde.
Ao menos outras onze pessoas pessoas ficaram feridas e foram socorridas a hospitais da cidade. Três delas já receberam alta, inclusive a filha de Cláudio, Clara Ramos Rodrigues, 10. A mulher dele, Adilma, 35, está em estado grave no Hospital Municipal Lourenço Jorge. Um cachorrinho da família foi resgatado com vida.
Os feridos
Os feridos ainda internados estão distribuídos entre dois hospitais na cidade: o Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca e o Hospital Municipal Miguel Couto, no Leblon.
Receberam alta:
- Clara Ramos Rodrigues, 10
- Raimundo Nonato Ferreira Gomes, 41
- Luciano Paulo dos Santos, 38
- Uma mulher de 29 anos, não identificada, recebeu alta do Miguel Couto
Levados para hospitais ainda não informados:
- um adolescente de 13 anos, de nome não revelado;
- Pedro Lucas, 3, filho de Paloma;
Hospital Municipal Lourenço Jorge
- Adilma Rodrigues, 35, passou por cirurgia e está no CTI em estado grave. É mãe de Clara e mulher de Cláudio.
Hospital Municipal Miguel Couto
- Evaldo Vieira Silva, 46, foi atendido com dores no corpo e passa por exames;
- Carolina de Andrade Ferreira, 34;
- Paloma Paes Leme Barroso, 44 - vai passar por cirurgia ortopédica
- Rafael, 4, filho de Paloma - também vai passar por cirurgia ortopédica
Interdição
Dos dois prédios que desabaram, uma unidade tinha cinco andares, e a outra, três. Cada andar tinha quatro apartamentos.
A construção dos prédios não foi autorizada pelos órgãos fiscalizadores, segundo a prefeitura do Rio, que afirma que as obras chegaram a ser interditadas em 2018. O governo municipal diz que a região é controlada por milícias, o que dificulta a entrada de fiscais.
Em um vídeo gravado no local da tragédia, o prefeito do Rio, Marcelo Crivella (PRB), disse que "fica uma lição".
Quando a prefeitura notificar, multar, pelo amor de Deus, não continuem as obras porque tem risco de vida
prefeito Marcelo Crivella (PRB)
A área da tragédia foi completamente isolada. De acordo com o subcomandante geral do Corpo dos Bombeiros, coronel Marcelo Gisler, além do resgate de vítimas, a corporação também trabalha no escoramento dos prédios que ficam ao lado dos que caíram "para dar segurança aos bombeiros".
De acordo com o vice-governador Claudio Castro, que visitou o local, as informações sobre quem pode estar embaixo dos prédios e qual o número total de possíveis vítimas são imprecisas.
"Nem mesmo os familiares sabem dizer quem estava lá com certeza ou não", afirmou. "Ainda esperamos resgatar pessoas com vida", completou.
Região foi atingida pelas fortes chuvas
O desabamento provoca interdições na estrada de Jacarepaguá, na região da comunidade do Muzema. A zona oeste do Rio foi uma das mais atingidas pelas chuvas dos últimos dias.
A avenida Engenheiro Souza Filho, uma das vias que dá acesso ao local, já estava interditada devido às chuvas desta semana e não havia sido liberada ainda devido ao acúmulo de lama, terra e água na região.
Os prédios que desabaram ficam dentro de um condomínio de casas e prédios no interior da comunidade da Muzema. Em vários pontos de acesso ao local da tragédia, é possível ver alagamentos e concentrações de lama que impedem a chegada de socorro ao local. No interior do condomínio também é possível ver diversas construções abandonadas ou em andamento.
Fiações expostas e lixo também podem ser vistos nas ruas da comunidade. "Esse lixo foi amontoado por nós, moradores. A Comlurb mesmo não esteve aqui", afirmou a moradora da comunidade, Rose Lemos.
Apenas ônibus e caminhões têm conseguido chegar ao local da tragédia, por serem mais altos. Veículos mais baixos não conseguem passar pelos bolsões que se formaram.
* Colaboraram Luciana Quierati e Marcela Leite, do UOL, em São Paulo
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