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Deslocamento de talude de mina em Barão de Cocais (MG) atinge 19 cm

25.mai.2019 - Talude sendo monitorado em tempo real na sala de comando da Defesa Civil em Barão de Cocais (MG) na tarde de hoje - Luciana Quierati/UOL
25.mai.2019 - Talude sendo monitorado em tempo real na sala de comando da Defesa Civil em Barão de Cocais (MG) na tarde de hoje Imagem: Luciana Quierati/UOL

Luciana Quierati

Do UOL, em Barão de Cocais (MG)

25/05/2019 18h21Atualizada em 25/05/2019 18h42

O trecho do talude (parede de contenção) norte da cava da mina do Gongo Soco, em Barão de Cocais (MG), atingiu hoje 19 cm de deslocamento em alguns pontos isolados, segundo o último boletim divulgado às 17h pela ANM (Agência Nacional de Mineração).

A Vale, dona da mina, informou na semana passada que a projeção era de que o talude caísse até hoje, o que não aconteceu, e que o impacto poderia gerar vibrações e afetar a barragem de rejeitos que fica a 1,5 km e está em nível máximo de alerta para rompimento desde 22 de março.

Ontem, o coordenador-adjunto da Defesa Civil do estado, Flávio Godinho, explicou que o "prazo" de queda era apenas uma projeção, porque não existem elementos técnicos que possam indicar quando a estrutura vai ruir. O que se sabe é que ela vai cair, e que se não for hoje será a qualquer momento dentro dos próximos dias.

De acordo com a ANM, todo o talude norte tem cerca de 10 milhões de m3 de material rochoso. Desse todo, pouco mais de 3 milhões de m3 é que vêm apresentando rachaduras e vão cair na cava da mina, que tem 120 metros de profundidade e está alagada desde que a mina foi desativada em 2016.

Outra coisa que não se sabe é se a água da cava pode espirrar para fora dela com a queda da parede. A agência disse que pediu à Vale para que realize estudos a fim de verificar em casos isso ocorreria e quais as consequência ambientais. Se ocorrer, a água saltaria pela parte mais baixa da cava e não atingiria a barragem.

A ANM disse que a mineradora está realizando os estudos, mas informou que os resultados só devem sair em cerca de 20 dias - ou seja, provavelmente depois que o talude já tiver caído na cava.

A cidade de Barão de Cocais tem cerca de 32 mil moradores, dos quais 6 mil estão na área que pode ser atingida pela lama 1h12 após um possível rompimento - outros 500 já foram foram evacuados em 8 de fevereiro porque suas propriedades ficavam em áreas mais próximas, logo abaixo da barragem.

A onda de rejeitos também poderia chegar, segundo estudo de impacto da Vale, a Santa Bárbara, a 13 km de Barão de Cocais, e a São Gonçalo do Rio Abaixo, distante 26 km.

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