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Greve paralisa todo o metrô em BH e os ônibus em Salvador e Brasília

Aliny Gama, Carlos Madeiro, Gabriel Sabóia e Leonardo Martins

Do UOL, no Rio de Janeiro e colaboração para o UOL, em São Paulo e em Maceió

14/06/2019 07h54Atualizada em 14/06/2019 14h07

A greve geral convocada por sindicatos para protestar contra a reforma da Previdência paralisa parte do sistema de transportes públicos em algumas das capitais do Brasil na manhã de hoje. Em Belo Horizonte, todas as estações de metrô estão fechadas, segundo a CBTU (Companhia Brasileira de Trens Urbanos) de Belo Horizonte. No Recife, o sistema foi parado às 9h e só retorna às 16h. Já em São Paulo, parte das estações do metrô está fechada, enquanto trens e ônibus operam normalmente.

Os ônibus estão parados em sua totalidade em Salvador e em Brasília, enquanto as cidades de Curitiba, Aracaju e João Pessoa têm parte das frotas parada nas garagens. Em Porto Alegre, algumas estações de metrô amanheceram fechadas em virtude de protestos, mas o sistema foi normalizado por volta das 7h40, segundo a Trensurb. Nas rodovias, a Policia Rodoviária Federal informou que registrou protestos em estradas de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, mas todos os locais foram liberados para tráfego por volta das 8h.

Na capital mineira, o metrô está fechado e, de acordo com a CBTU, os funcionários descumprem uma decisão judicial. Ontem, em nota, a companhia afirmou que obteve uma liminar do TRT-MG (Tribunal Regional do Trabalho de Minas Gerais) para que os trens operassem com 100% das frotas das 5h30 às 10h e das 16h às 20h, sob penalização de R$ 200 mil em caso de descumprimento pelo Sindimetro-MG (Sindicato dos Empregados em Transportes Metroviários e Conexos de Minas Gerais).

Ao menos três estradas (MG-129, BR-356 e Fernão Dias) nas cidades mineiras tiveram trechos interditados por conta de manifestações, mas todos foram liberados antes das 8h.

No Rio de Janeiro, às 8h15, as concessionárias que operam trens, barcas e metrô informavam operações normais. A RioÔnibus também comunicou que as adesões à paralisação não impactaram significativamente no número de ônibus que circulam pela capital fluminense.

No entanto, entre 6h e 8h, manifestações interditaram alguns pontos da Avenida Brasil --principal via de ligação entre o centro com a zona oeste da capital e a Baixada Fluminense.

Batalhão de Choque dispersa manifestantes que interditavam um dos acessos à Avenida Brasil. O ato chegou a fechar a Ponte Rio-Niterói - José Lucena/Futura Press/Estadão Conteúdo - José Lucena/Futura Press/Estadão Conteúdo
Batalhão de Choque dispersa manifestantes que interditavam um dos acessos à Avenida Brasil. O ato chegou a fechar a Ponte Rio-Niterói
Imagem: José Lucena/Futura Press/Estadão Conteúdo

Congestionamentos chegaram a ser registrados e um dos atos fechou o acesso à via pela Ponte Rio-Niterói. O tempo de travessia da ponte, que costuma ser de 13 minutos, chegou a 1h06.

O Batalhão de Choque chegou a usar bombas de gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes. Às 8h20, a ponte foi liberada.

Piquetes e parte dos ônibus parados em Curitiba

Na capital paranaense, parte da frota de ônibus chegou a ficar nas garagens durante toda a manhã. No auge da paralisação, 57% dos ônibus permaneceram nas garagens por volta das 7h30, de acordo com informações da Urbs (Urbanização de Curitiba). A situação foi normalizada por volta das 13h30.

Ainda segundo a Urbs, grevistas ligados à CUT (Central Única dos Trabalhadores) e à Força Sindical fecharam as garagens para impedir as saídas dos ônibus por volta das 5h. A entidade informou que dois ônibus foram levados por grevistas, mas ambos foram recuperados.

Nos terminais e estações-tubo (onde o usuário paga a passagem antes de subir no ônibus), a orientação é não cobrar passagem dos usuários, uma vez que não há certeza de que os veículos irão transitar.

Outra cidade que amanheceu com parte do transporte atingida pela greve foi Porto Alegre. O metrô teve parte das estações fechada por conta de invasão da via em vários pontos do sistema, de acordo com a Trensurb, que administra o metrô. Por volta das 7h40, o sistema foi normalizado, mas os usuários não estão pagando a passagem devido a falta de funcionários.

Já o ônibus da capital, segundo a EPTC (Empresa Pública de Transporte e Circulação), funcionam normalmente em toda a cidade.

No Distrito Federal, os ônibus estão parados, de acordo com a DFTrans, responsável pela gestão dos veículos. Os rodoviários decidiram não cumprir a liminar expedida pelo TRT-DF, que decidiu pelo funcionamento normal da frota dos ônibus. Já o metrô, que enfrenta greves desde 2 de maio, funcionou normalmente hoje nos horários de pico.

Greve afeta serviço de ônibus no Nordeste

Na região Nordeste, os maiores problemas com a greve ocorrem nos ônibus. Em Salvador, o sindicato dos rodoviários informou que os ônibus não estão circulando. A prefeitura liberou o transporte alternativo com vans, micro-ônibus e carros de transporte escolar. O metrô circula normalmente. Houve também uma manifestação na Rótula do Abacaxi. Às 15h está marcado mais um protesto, dessa vez no Campo Grande.

A greve também causa transtornos em Aracaju e João Pessoa. Na capital sergipana, o sindicato dos transportadores urbanos disse que a frota está circulando apenas com 25% dos ônibus por conta de bloqueio nas garagens. "Eram para ter saído pelo menos 200 ônibus no total do sistema conforme a liminar concedida pelo TRT, determinando que 40% do efetivo de trabalhadores estivesse em operação, mas isso não aconteceu. Foram menos de 120 ônibus liberados", informou o sindicato.

Manifestantes protestam em São Luís - PRF - PRF
Manifestantes bloqueiam parte da BR-135 na saída para São Luís
Imagem: PRF
Já na capital da Paraíba, os representantes das empresas informaram que poucos ônibus circulam nas ruas por conta do bloqueio implementado nas garagens. Manifestantes também fecharam vias na capital paraibana e em Bayeux, e há vários pontos de bloqueio e registro de trânsito intenso.

A paralisação ainda atingiu o metrô do Recife, que interrompeu o seu funcionamento às 9h. O sistema só deve voltar a funcionar às 16h e ficará até às 20h. Nas cidades de Maceió, Natal e São Luís, o início das operações dos ônibus foi atrasado em virtude de protestos, sendo que o maior tempo de parada ocorreu na capital maranhense, que só teve ônibus nas ruas a partir das 9h.

Em São Luís, também houve registros de protestos em dois pontos da cidade: na BR-135 e na avenida dos Portugueses. Na rodovia, os manifestantes atearam fogo em barricadas de pneus e madeira na saída de São Luís, na altura do quilômetro 1,5, de acordo com a Polícia Rodoviária Federal.

Na cidade de Extremoz (RN), um protesto acabou em denúncia de agressão. A CUT do estado informou que a presidente Eliane Bandeira e Silva e outros integrantes foram atingidos por gás de pimenta da Polícia Miltar, enquanto faziam uma manifestação na rotatória da BR-101

Já em Fortaleza, o sistema de transportes funcionou normalmente nesta manhã, mas houve registros de manifestações no cruzamento da avenida Treze de Maio com a avenida da Universidade, no bairro do Benfica. Cidades do interior como Sobral e Quixadá também tiveram protestos nesta manhã. Procurada pelo UOL, a PM informou que está apurando o caso e vai se pronunciar apenas quando tiver informações detalhadas do incidente.

Dia sem aulas em parte das escolas estaduais

Além dos transportes, outro setor que deve ser afetado pela greve proposta pelos sindicatos é a educação. Há promessa de paralisação nas redes estaduais de São Paulo,Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Pernambuco, Sergipe, Alagoas, Bahia, Ceará e Piauí.

No Rio, parte das redes públicas municipal, estadual e federal de ensino não funcionaram --ficou a cargo das diretorias a decisão de trabalhar ou não. As universidades federais não abriram as portas.