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Bolsonaro nega medida futura se decreto das armas cair: 'Não sou ditador'

Jair Bolsonaro durante cerimônia de hasteamento da bandeira nacional no Palácio do Planalto Imagem: Gabriela Biló/Estadão Conteúdo

Luciana Amaral

Do UOL, em Brasília

18/06/2019 09h08Atualizada em 18/06/2019 12h44

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) afirmou hoje que, se o Senado derrubar o decreto das armas, não tomará medidas adicionais no futuro para reverter o caso, pois "não é ditador", mas um "democrata".

Esta prevista para hoje a votação na Casa que pode suspender ou não o decreto, editado em janeiro com o intuito de flexibilizar as regras de posse e porte de armas de fogo.

A medida sofreu alterações quatro meses depois, e uma delas foi a inclusão de veto explícito ao porte de fuzis por cidadãos comuns.

"Não posso fazer nada [se o Senado derrubar o decreto]. Não sou ditador, sou democrata", declarou Bolsonaro após participar de cerimônia de hasteamento da bandeira nacional em frente ao Palácio do Planalto.

O presidente disse estar conversando com senadores para tentar convencer os parlamentares a não aprovarem projeto de lei que suspende decreto.

"Nós sabemos que no Brasil hoje em dia quem está à margem da lei está armado. [...] Nada mais estou fazendo do que atender a vontade do povo expressa nas urnas em 2005 por ocasião do referendo", falou.

Apelo à bancada ruralista

Mais tarde, em discurso na cerimônia de lançamento do Plano Safra 2019/2020, Bolsonaro pediu que o público presente não deixe o decreto das armas morrer, pois a segurança do campo é "importantíssima" e o texto permite que produtores rurais portem arma em toda a extensão da propriedade.

"Quero fazer aqui um apelo aos deputados e senadores, nossos eternos aliados, Câmara e Senado vão discutir a questão do decreto das armas. [...] Não deixem esses dois decretos morrerem na Câmara ou no Senado. Nossa vida é muito importante. Vocês sabem o quão difícil é produzir nesse país e a segurança tem de estar acima de tudo", falou.

A maior parte dos convidados era formada por produtores rurais, políticos e integrantes do governo federal, em especial, do Ministério da Agricultura.

O cenário mais provável até o momento é de derrota para o governo. No entanto, a matéria não se encerra no Senado.

Se for aprovado em plenário, o PDL (Projeto de Decreto Legislativo) que tem como objetivo anular os efeitos do decreto presidencial ainda será remetido à Câmara dos Deputados. Até lá, o decreto continua valendo.

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O governo Bolsonaro teve início em 1º de janeiro de 2019, com a posse do presidente Jair Bolsonaro (então no PSL) e de seu vice-presidente, o general Hamilton Mourão (PRTB). Ao longo de seu mandato, Bolsonaro saiu do PSL e ficou sem partido até filiar ao PL para disputar a eleição de 2022, quando foi derrotado em sua tentativa de reeleição.


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