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Justiça investiga suposta fraude em relatório médico de Abdelmassih

20.ago.2014 -  O ex-médico Roger Abdelmassih chega no Aeroporto Congonhas, num avião da FAB ou da PF - Ernesto Rodrigues/Folhapress
20.ago.2014 - O ex-médico Roger Abdelmassih chega no Aeroporto Congonhas, num avião da FAB ou da PF Imagem: Ernesto Rodrigues/Folhapress

Do UOL, em São Paulo

29/07/2019 02h47

Um livro escrito pelo ex-prefeito de Ferraz de Vasconcelos (SP) e jornalista Acyr Filló, que está preso provisoriamente acusado de corrupção, revelou uma suposta fraude na situação médica de Roger Abdelmassih, condenado a 181 anos de prisão por estupros e desde 2017 em prisão domiciliar.

O livro "Diário de Tremembé - o presídio dos famosos" relata a rotina da penitenciária e contém diálogos de Filló com diversos presos famosos, como Alexandre Nardoni, condenado pelo assassinato da filha Isabella em 2008, Cristian Cravinhos, condenado pelo assassinato dos pais de Suzane Richthofen, em 2002 e Lindemberg Alves, condenado pela morte da namorada Eloá, em 2008.

Todos eles foram convocados pela juíza Sueli Zeraik para uma audiência em São José dos Campos, no interior de São Paulo. Zeraik ficou sabendo da obra e quis ouvir a veracidade das informações.

No capítulo "A fraude da Abdelmassih", Filló afirma que o médico Carlos Sussumu, preso por extorsão, "sugeriu remédios que causaram complicações cardíacas em Abdelmassih" a pedido dele e que a doença seria "uma fraude, fabricada".

Em vídeos das audiências de Sussumu e Filló, obtidos e divulgados pelo Fantástico, Sussumu diz que a medicação que prescrevia "era para manter o quadro clínico estável". Questionado se a medicação era indevida, ele afirmou que não prescreveu.

"Abdelmassih perguntou qual medicação poderia aumentar a pressão arterial, falei que existem hipertensores arteriais como Efortil", disse o médico.

Perguntado se Abdelmassih levaria uma vida normal se tivesse tomado a medicação correta, Sussumu respondeu.

"Com certeza, tanto é que ele está há dois anos em prisão domiciliar e está vivo. Se ele tivesse uma falência do coração no nível 4, essa hora ele estaria morto", conta.

Sussumu afirmou ainda que, em 2017, forneceu um relatório médico a Abdelmassih que não correspondia à realidade e que foi submetido à perícia do judiciário. Questionado se forneceu um relatório médico falso, Sussumu respondeu.

"Falso, não. Que não condizia com a verdade".

A defesa de Roger Abdelmassih enviou uma nota ao Fantástico e afirmou que a situação de saúde do cliente "é muito grave, com prognóstico de tempo de vida curto, e com grandes limitações físicas no seu dia a dia" e que "o relatório de Sussumu não influenciou a decisão da Juízo e tampouco foi levado em consideração".

Abdelmassih cumpre prisão domiciliar desde julho de 2017. Ele ficou cerca de três anos preso em Tremembé, após ser detido em Assunção, no Paraguai.

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