Justiça de SP suspende prisão domiciliar de Roger Abdelmassih
A Justiça de São Paulo suspendeu hoje a prisão domiciliar de Roger Abdelmassih, que será levado para o Hospital Penitenciário do Estado de São Paulo, em Santana, zona norte de São Paulo. A decisão foi da juíza Andréa Barreira Brandão, da 3ª Vara de Execuções Criminais da Comarca de São Paulo.
A suspensão é decorrente de suspeita de fraude nas declarações de saúde de Abdelmassih para os laudos que determinaram que sua pena fosse cumprida em casa. O ex-médico foi condenado a 181 anos de prisão por ter cometido 48 estupros em 37 pacientes sob efeito de sedativos na clínica de reprodução assistida que possuía.
Sua prisão ocorreu em agosto de 2014, em Assunção (Paraguai). Levado para o presídio de Tremembé (SP), ele passou por diversas internações hospitalares. Desde junho de 2017, alegando problemas de saúde, ele cumpria prisão domiciliar.
Segundo a decisão, Abdelmassih "foi beneficiado, no curso do cumprimento de sua pena, com a prisão domiciliar humanitária mediante o cumprimento de diversas condições". Dentre elas, "foi determinado que o sentenciado se submetesse à perícia médica trimestral a fim de se constatar a condição física e a possibilidade de retomada do regular cumprimento do restante da pena no cárcere".
Diante de "graves denúncias" que constam no pedido de novos exames, "apontando indícios de que o sentenciado fez uso de seus conhecimentos médicos para ingerir medicações que levaram a complicações e descompensações intencionais a fim de alterar a conclusão da perícia judicial", a juíza julgou ser necessário que o ex-médico permanecesse em um "ambiente controlado".
Desta forma, Roger Abdelmassih receberá "seu arsenal terapêutico de forma regular e sob supervisão médica" no hospital penitenciário de São Paulo. A decisão determina que a prisão domiciliar de Abdelmassih seja suspensa "por período mínimo de 30 (trinta) dias", a fim de que "seja resguardado o estado de convalescença do sentenciado até a realização da perícia judicial".
Entenda o caso
Conforme revelado pela Rede Globo no fim de julho, o livro Diário de Tremembé - O presídio dos famosos aponta que Roger Abdelmassih tomou remédios controlados na penitenciária 2 de Tremembé para alterar exames. A obra foi escrita pelo também detento Acir Filó, ex-prefeito de Ferraz de Vasconcelos (SP).
Segundo o texto, a medicação foi passada pelo detento Carlo Sussumu, que atua como médico na penitenciária em troca de remição da pena. No livro, Sussumu diz que sugeriu os remédios "que causaram complicações cardíacas em Roger Abdelmassih a pedido dele".
"Fui eu que atestei sua situação clínica, que o beneficiou com a prisão domiciliar em 2017. A doença do Roger é uma fraude, foi fabricada, é artificial. Ele não tem nenhum problema de saúde que simples medicação não resolva", afirmou Sussumu, que alega que o ex-médico tomava uma medicação hipotensora "às escondidas".
"Ele tomava vários comprimidos simultaneamente o que culminou com o resultado esperado. Além desses remédios, Roger também ingeria o relaxante muscular benzodiazepínico que também ajudou a desregular a pressão e causar outros efeitos colaterais. Os funcionários não sabiam da fraude", acrescenta.
No começo de agosto, a juíza Sueli Zeraik de Oliveira Armani determinou que a suspensão da venda do livro e a transferência do ex-prefeito.
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