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Corpos de sete jovens foram jogados para porcos no Rio, diz polícia

Álvaro Malaquias Santa Rosa, o Peixão, é suspeito de ordenar morte de oito jovens cujos corpos foram atirados para os porcos Imagem: Divulgação/Polícia Civil do RJ

Marcela Lemos

Colaboração para o UOL, no Rio

09/09/2019 11h47

Uma investigação da Polícia Civil sobre o desaparecimento de sete jovens na favela Cinco Bocas, em Brás de Pina, na zona norte do Rio, concluiu que as vítimas foram mortas por traficantes e tiveram seus corpos jogados aos porcos, no bairro de Parada de Lucas, também na zona norte.

O caso ocorreu em 26 de maio deste ano e, segundo a denúncia do Ministério Público (MP-RJ), os assassinatos ocorreram devido a uma disputa de territórios entre o TCP (Terceiro Comando Puro) e CV (Comando Vermelho).

"Os referidos cadáveres não foram localizados, havendo nos autos depoimentos e postagens em redes socias de moradores segundo as quais os cadáveres das vítimas foram retirados do local (...) e dados a porcos para serem comidos (...) Os corpos das vítimas, totalmente picotados, foram jogados como alimentos para porcos selvagens que são criados em Parada de Lucas, os quais comem inclusive os ossos", diz parte da denúncia baseada nas investigações da Delegacia da Penha (22ª DP).

De acordo ainda com o inquérito, os jovens foram mortos a mando de Álvaro Malaquias Santa Rosa, conhecido como Peixão, chefe do tráfico da Cidade Alta e integrante do TCP. O bando do criminoso queria ocupar, na ocasião, a favela das Cinco Bocas, dominada pelo CV.

Os jovens assassinados são Adalberto Bispo Pereira Neto, Alexandre Gomes Correia, Darlan Gonçalves, Matheus Silva das Neves, Rafael Magalhães Celestino, Thiago Moreira Sbano e Victor Hugo de Queiroz Surcin.

Além de Peixão, que está foragido, o Tribunal de Justiça do Rio decretou a prisão de outros 10 traficantes, que pertenceriam ao grupo conhecido como "Bonde do Peixão" e que teriam envolvimento no crime. Eles são acusados de homicídio e ocultação de cadáver.

Em depoimento à polícia, parentes das vítimas relataram como os jovens foram raptados. Um deles foi abordado dentro de casa com o filho pequeno no colo. De acordo com a denúncia, três homens apareceram na residência do jovem, identificaram-se como policiais e disseram que se a porta não fosse aberta, uma granada seria lançada dentro da casa.

De acordo ainda com os relatos, a mãe do jovem tentou impedir que o filho fosse levado, o que não adiantou. "[A vítima] também relutou em ir, e dessa forma foi bruscamente agredida pelos três elementos, com socos e coronhadas. [A vítima] pedia para 'desenrolar', e dizia que era trabalhador. Neste momento [um dos elementos] deu um tiro de fuzil na parede da sala, para intimidar todos", diz outro trecho da denúncia que menciona ainda que o jovem foi levado para a região central da favela, e os parentes, impedidos de saírem de casa por um outro criminoso.

Procurada a Polícia Civil do Rio informou que a investigação foi concluída pela e é sigilosa. "O inquérito policial sigiloso deu base a uma denúncia do Ministério Público que foi acolhida pela Justiça", informou através de nota.

O Disque Denúncia oferece uma recompensa de R$ 2 mil sobre informações que levem a prisão de Peixão. O traficante é nascido em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Ele já era acusado por tráfico de drogas, associação para o tráfico e corrupção ativa para o tráfico ilícito de drogas praticado por funcionário público.

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