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Mãe é suspeita de forjar suicídio da filha para encobrir assassinato em SP

Getty Images
Imagem: Getty Images

Eduardo Schiavoni

Colaboração para o UOL

11/09/2019 15h56

A Polícia Civil investiga a morte de uma adolescente de 15 anos, em Praia Grande (SP). A jovem e a irmã dela, de 9 anos, eram agredidas pela mãe e chegaram a ser retiradas da casa da genitora e enviadas a um abrigo. Ambas foram retiradas do local, mas foram levadas de volta, no dia seguinte, por um irmão mais velho. Há suspeita de que ela tenha sido morta pela mãe, que teria forjado suicídio para encobrir o crime. Os nomes são mantidos em sigilo para não comprometer as investigações.

A jovem morreu no dia 4 de setembro, após supostamente cair do apartamento da família, que fica no décimo andar. O delegado Sérgio Nassur, responsável pelo caso, conta que começou a apurar o suposto suicídio. Embora ressalte que, a princípio, acredite que a garota tenha tirado a própria vida, as circunstâncias da morte estão sendo esclarecidas. Ele informou, ainda, que a polícia está com uma série de imagens em que a mãe aparece batendo na filha, no dia da morte, com um pedaço de madeira — as lesões no corpo serão avaliadas. O vídeo teria sido gravado pela menina de 9 anos.

Segundo o Ministério Público, a investigação deve ouvir vizinhos, o irmão, responsáveis pelo abrigo municipal e membros do Conselho Tutelar para apurar as responsabilidades no caso. O inquérito não tem prazo para ser finalizado.

Nassur afirmou ainda que será apurado o motivo de o irmão, que assinou como responsável, ter tirado as irmãs do abrigo e as deixado com a mãe. "Elas não deveriam ter saído do abrigo para serem devolvidas à casa de onde haviam sido retiradas por conta de situação idêntica. Precisamos apurar se o desabrigamento não teria seguido formalidades."

Investigação

Em 3 de setembro, as duas irmãs foram levadas ao abrigo municipal depois de uma denúncia anônima informar que elas eram agredidas pela mãe. A conselheira tutelar Sueli Agrela, que atendeu o caso, informou que, depois de ouvir todos os envolvidos, houve determinação para que as menores fossem retiradas da casa da mãe até que a denúncia fosse apurada.

As garotas permaneceram no local até o dia seguinte, quando foram levadas pelo irmão mais velho, que se responsabilizou por cuidar de ambas e assinou um termo de responsabilidade. "Ele iria levá-las para São Paulo, mas deixou as duas com a mãe. Havia uma ordem de restrição, uma medida protetiva contra a mãe, que foi desrespeitada", disse Sueli.

Segundo a conselheira, já foi indicado ao Ministério Público que a menina de 9 anos volte para o abrigo. O pedido, segundo ela, foi autorizado pela Justiça e a menor está sendo procurada. A expectativa é que ela seja enviada ao abrigo ainda nesta quarta-feira.

Em nota, a Prefeitura de Praia Grande informou que "todos os procedimentos padrões de atendimento foram realizados de acordo com o que preconiza o Estatuto da Criança e do Adolescente".

A prefeitura informa, ainda, "que garantiu a proteção da jovem durante o período em que ela esteve no abrigo e só a liberou após avaliação técnica do vínculo familiar com o irmão e o desejo de a jovem ir embora com ele. O irmão foi identificado como figura protetiva familiar e assinando um termo de responsabilidade para que a jovem fosse liberada".