Homem é preso em SC suspeito de agredir obstetra por ciúme da esposa
Resumo da notícia
- Mulher estava em trabalho de parto em hospital de Itajaí (SC)
- Marido da paciente teria ficado com ciúme de ela ser atendida sem a presença dele
- Hospital acusa o homem de ter agredido o obstetra e depois fugido com a esposa
- Homem foi preso em flagrante Balneário Camboriú, em outro hospital
- Médico precisou passar por uma cirurgia no rosto
Um professor de artes marciais de 45 anos foi preso ontem em flagrante, em Santa Catarina, suspeito de agredir um obstetra. A agressão ocorreu no hospital Marieta Konder Bornhausen, em Itajaí (SC), onde Marcelo Assumpção Ulyssea acompanhava a esposa em trabalho de parto. Depois, segundo a polícia, o casal fugiu e foi para o hospital Ruth Cardoso, em Balneário Camboriú (SC), onde o professor foi preso em flagrante. Ele confessou a agressão, mas alegou negligência do médico (leia mais abaixo).
Segundo a polícia, a agressão teria acontecido porque Marcelo não gostou de saber que a mulher foi examinada antes de ele chegar, e ficou com ciúmes do médico.
O hospital Marieta relatou que a paciente, que não teve o nome divulgado, estava em trabalho de parto, recebendo atendimento médico de acordo com protocolo do Ministério da Saúde, quando o marido dela "inesperadamente deferiu socos no médico assistente."
O obstetra sofreu lesões graves no rosto e na boca. Ele foi submetido a duas cirurgias para reconstrução da face, ainda ontem, no hospital Marieta, e permanece internado sem previsão de alta. Ele não corre risco de morte.
"O Hospital Marieta tomará todas as medidas para dar suporte assistencial ao médico, quanto para que o agressor suporte as consequências legais dessa condenável atitude", disse o hospital, em nota enviada hoje ao UOL.
O obstetra não teve o nome divulgado. A polícia já colheu depoimento dele, no hospital. Ele tem 31 anos e estava como plantonista do setor de obstetrícia quando a paciente chegou para ser atendida. A mulher estava com quatro centímetros de dilatação e, segundo a polícia, o obstetra a orientou caminhar pelo corredor do hospital para ajudá-la no trabalho de parto.
Imagens do circuito interno do hospital divulgadas pela Polícia Civil registraram o momento em que Marcelo saiu levando a mulher, após agredir o médico. Nas imagens, o casal aparece se abraçando no corredor do hospital. Em seguida, o homem sai à procura do médico, entra em uma sala e a mulher vai atrás. Depois, ele volta para o corredor, entra em outra sala e sai apressado com a mulher.
O suspeito foi preso em flagrante por lesão corporal grave ao fugir com a mulher para o hospital Ruth Cardoso, em Balneário Camboriú. Segundo a polícia, os médicos do hospital Marieta avisaram aos colegas que estavam de plantão em outros hospitais que atendem gestantes que, caso o casal chegasse ao local, acionasse a polícia imediatamente.
Marcelo foi preso por policiais civis da DIC (Divisão de Investigação Criminal) de Itajaí e pela Polícia Militar de Balneário Camboriú. Ele permanece preso na Central de Plantão de Polícia de Itajaí, onde aguarda finalização de procedimentos da polícia judiciária e também audiência de custódia.
"O autor já possui diversas passagens policial por crimes de violentos, tais como, ameaças e lesão corporal", disse a polícia.
Outro lado
A defensa de Marcelo informou que está "estudando o caso" e aguarda a conclusão do inquérito para se posicionar. A defesa disse ainda que "tão logo iremos impetrar um Habeas Corpus" pedindo a soltura do professor de artes marciais.
Em nota, a defesa afirma que o homem não agiu por "ciúme", contrariando a informação da polícia. A defesa alega ter ocorrido suposta "negligência do centro obstétrico" porque o marido da paciente supostamente foi impedido de acompanhá-la. Além disso, diz que foi negado um pedido para que a mulher fosse examinada por uma médica.
"O médico não entregou a carteira de saúde, Marcelo solicitou, outras vezes, até que perdeu a paciência e agrediu o médico", diz a nota, destacando que o homem vai ressarcir os danos causados à vítima. "A situação causada se deu por mero desentendimento."
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