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Polícia diz que jovem que morreu em suposta explosão no PI foi assassinado

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Imagem: iStock

Aliny Gama

Colaboração para o UOL

15/11/2019 14h42

O adolescente de 16 anos que morreu ao sofrer ferimentos na cabeça enquanto fazia uma tatuagem, no município de Floriano, na região sul do Piauí, não foi atingido por explosão, e sim foi assassinado. A informação foi apontada pela polícia, após investigações concluírem que o rapaz foi atingido por um tiro na região da orelha. Um ex-colega da vítima é suspeito do crime e está foragido.

A família do adolescente havia informado que ele tinha sido atingido por explosão da máquina de fazer tatuagem ao manusear o aparelho sozinho. O rapaz fazia uma tatuagem na perna com o equipamento do padrasto e estava próximo à janela da casa.

Entretanto, exames de imagem realizados na cabeça da vítima, no Hospital Regional Tibério Nunes, mostraram que o ferimento é compatível com lesão causada por arma de fogo. Além disso, os médicos constataram que não havia queimadura no corpo do adolescente que apontariam a suposta explosão. A polícia foi acionada para investigar possível crime e descobriu que o jovem foi assassinado.

A bala ficou alojada na cabeça e o corpo está sendo trasladado para ser necropsiado na tarde de hoje no Instituto Médico Legal de Teresina. O projétil deverá ser retirado da cabeça da vítima para ser feita comparação com a suposta arma do crime. O corpo já havia sido liberado para enterro pelo hospital e o velório foi interrompido por volta das 11h.

Dois policiais informaram sobre necessidade da realização da necropsia, a família liberou o corpo e eles o levaram para Teresina. O hospital diz que houve erro de comunicação dos peritos sobre a liberação do corpo. Procurada pelo UOL, a família do adolescente disse hoje que não ia falar com a imprensa.

Segundo a polícia, o adolescente tinha uma rixa com outro rapaz por conta da compra de uma arma de fogo para cometer assaltos. Ele tinha passagem pela polícia por atos infracionais análogos a roubo.

Em depoimento à polícia, namorada do adolescente, que estava no quarto com ele no momento do crime, contou aos policiais que viu quando o ex-colega dele apareceu na janela e atirou. Ela justificou que deu outra versão, inicialmente, porque ficou com medo do suspeito do crime, devido ameaças que ele fez contra o namorado.

"Esse colega da vítima pulou o muro e efetuou o disparo pela janela, enquanto o adolescente estava de costas, fazendo a tatuagem. A namorada da vítima viu e ficou calada, mas em depoimento ela contou o que realmente aconteceu", disse o delegado Bruno Ursulino, responsável pela investigação do caso.

"A informação preliminar não batia com as investigações, não havia tinta no local da suposta explosão, o equipamento estava intacto e os exames do hospital apontavam para lesão de arma de fogo", completou.

O suspeito do crime é um adolescente que mora também em Floriano. Ele está foragido. A polícia realiza buscas para tentar localizá-lo e apreendê-lo. Caso a arma do crime seja apreendida, exames periciais vão comparar o projétil retirado da cabeça do adolescente.