Operação Decepticons mira fraudes em alimentação no sistema penitenciário
Catorze mandados de busca e apreensão foram cumpridos hoje pela Polícia Civil de São Paulo durante a operação Decepticons, em apoio à Polícia Civil do Distrito Federal, com o objetivo de combater fraudes em alimentação para o sistema penitenciário e escolas.
Agentes da Divisão de Investigações sobre Crimes Contra a Administração, do DPPC (Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania), participaram da operação, cujo nome faz referência a um dos robôs do filme Transformers. É que os investigados, donos de empresas, contadores e advogados, usavam robôs nos pregões para conseguir burlar as licitações.
"Na semana passada, a equipe de Brasília solicitou apoio para o cumprimento de mandados de busca e apreensão no estado de São Paulo. Hoje, 16 agentes da Polícia Civil paulista participaram da ação", explicou a delegada Fabiola de Oliveira Alves, titular da Divisão de Investigações sobre Crimes Contra a Administração.
"No estado de São Paulo, foram cumpridos 14 mandados de busca e apreensão, sendo oito na capital e os demais nas cidades de Orlândia e Santo André", afirmou o delegado Ricardo Gurgel, da Coordenação Especial de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado da Polícia Civil de Brasília, que acompanhou as diligências.
Programa de computador fazia lances automaticamente
As investigações foram realizadas por oito meses visando desmantelar uma quadrilha que está dividida em duas frentes, em São Paulo e no Distrito Federal. Em São Paulo, o grupo está dividido em sete empresas.
"Os grupos tinham como modus operandi o uso de software para fazer lances automáticos [uso de robôs] por meio de algoritmos. Eles faziam lances em questão de segundos, fraudando licitações para os materiais alimentícios que seriam destinados a hospitais públicos, presídios e restaurantes comunitários em vários estados", explicou Gurgel.
Foram realizadas diligências nas empresas investigadas e em residências de suspeitos. A ação resultou na apreensão de computadores, documentos, planilhas, celulares, pen drives e uma quantia em dinheiro.
"O trabalho realizado hoje mostra que a polícia investigativa não tem fronteira", finalizou Fabíola.
Os investigados poderão ser indiciados por fraude em licitação pública, participação e organização criminosa, corrupção ativa e passiva e fraude de documentos.
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