MPF denuncia dono da Hypera Pharma e ex-senador tucano por suposta fraude
O Ministério Público Federal (MPF) oficializou a denúncia contra o fundador da Hypera Pharma, João Alves de Queiroz Filho, e mais três ex-executivos da empresa (Nelson José de Mello, Carlos Roberto Scorsi e Sílvio Tadeu Agostinho) e mais seis pessoas suspeitas de integram um esquema que favorecia os interesses do grupo, ex-Hipermarcas, no Senado, entre os anos de 2013 e 2015.
De acordo com a investigação, o ex-senador Paulo Roberto Bauer, então eleito pelo PSDB na época, recebeu indevidamente R$ 11,8 milhões, ganhos com ajuda do assessor parlamentar Marcos Antônio Moser.
Os dois também foram denunciados ao lado de quatro outros ex-executivos da empresa: Nelson José de Mello, João Alves de Queiroz Filho, Carlos Roberto Scorsi e Sílvio Tadeu Agostinho.
De acordo com o MPF, o valor pago a Bauer foi transferido em parcelas por meio de contratos fictícios firmados com as empresas Ycatu Engenharia e Saneamento, Instituto Paraná de Pesquisa e Análise de Consumidor, Prade e Prade Advogados Associados e One Multimeios Tecnologia e Informática.
A investigação contou com a colaboração de Nelson José de Mello, que na época ocupava o cargo de diretor de relações institucionais da Hypermarcas.
Mello apresentou cópias de contratos fictícios, sem a devida contraprestação de serviços, e uma linha do tempo que mostra a correlação entre os pagamentos feitos para Bauer e a tramitação de proposta de emenda constitucional de sua autoria no Senado. A PEC 115/2011, arquivada em 2018, alterava o regime tributário sobre medicamentos de uso humano.
Além dos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção ativa e passiva, as dez pessoas são denunciadas também por formação e participação de organização criminosa.
O UOL entrou em contato com a Hypera Pharma, mas ainda não obteve retorno.
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