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MPF apura desvio de finalidade em selo 'não racista' da Fundação Palmares

Sérgio Camargo, presidente da Fundação Palmares, cirou um selo "não-racista" para "restaurar a reputação de quem foi tachado de racista injustamente" - Renato Costa/FramePhoto/Folhapress
Sérgio Camargo, presidente da Fundação Palmares, cirou um selo "não-racista" para "restaurar a reputação de quem foi tachado de racista injustamente" Imagem: Renato Costa/FramePhoto/Folhapress

Do UOL, em São Paulo

27/05/2020 16h23

A Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão do Rio de Janeiro (PRDC/RJ) do Ministério Público Federal (MPF) determinou a instauração de notícia fato para apurar suposto desvio de finalidade na criação do selo "não racista" criado pela Fundação Palmares, presidida por Sérgio Camargo.

"O selo da Fundação Cultural Palmares pretende restaurar a reputação de pessoas que injusta e criminosamente foram tachadas de racistas em campanhas de difamação e de execração pública promovidas especialmente pela esquerda. Ou seja, limpar a imagem pública das pessoas atingidas", afirmou Camargo.

Segundo a Lei Federal 7.668/1998, é de responsabilidade da Fundação Palmares promover e apoiar eventos visando à interação cultural, social, econômica e política do negro no contexto social do país, promover e apoiar o intercâmbio com outros países e entidades internacionais para a realização de pesquisas, estudos e eventos relativos à história e à cultura dos povos negros, realizar a identificação dos remanescentes das comunidades dos quilombos, proceder ao reconhecimento, à delimitação e à demarcação das terras por eles ocupadas e conferir-lhes a correspondente titulação.

Sérgio Camargo já afirmou que não há racismo no Brasil, que a escravidão trouxe benefícios para os descendentes, não apoia a homenagem a Zumbi dos Palmares no nome da fundação, e já desejou trocar por André Rebouças ou Princesa Isabel, que segundo ele são verdadeiros heróis do povo negro e que Zumbi seria "uma construção ideológica de esquerda".