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Paulista e Lg da Batata terão atos a favor e contra Bolsonaro neste domingo

31.mai.2020 - Manifestantes durante atos contra e a favor ao governo Bolsonaro na avenida Paulista - Anderson Lira/Framephoto/Estadão Conteúdo
31.mai.2020 - Manifestantes durante atos contra e a favor ao governo Bolsonaro na avenida Paulista Imagem: Anderson Lira/Framephoto/Estadão Conteúdo

Luís Adorno

Do UOL, em São Paulo

06/06/2020 19h19

A cidade de São Paulo se prepara para novos protestos contra e a favor do governo Jair Bolsonaro (sem partido) amanhã. Em diferentes locais, os protestos estão previstos para a manhã e a tarde.

Em meio à quarentena por conta da pandemia de covid-19, que matou mais de 35 mil pessoas no Brasil, a recomendação do governo de São Paulo e da OMS (Organização Mundial da Saúde) é manter isolamento social para achatar os números de infectados pela covid-19.

Mesmo assim, grupos contrários vão às ruas amanhã. Às 10h, no Masp, na avenida Paulista, haverá protesto de movimentos negros contra o racismo. Às 11, em frente ao prédio da Fiesp, na mesma avenida, haverá um ato de grupos intervencionistas que apoiam o presidente Bolsonaro.

Bolsonaro pediu a apoiadores que não fossem ao ato convocado por críticos ao governo durante live em suas redes sociais. Na transmissão, o presidente chamou os manifestantes críticos de "terroristas", "viciados", "bando de marginais" e "marginais de preto".

Já às 14h, haverá um protesto em oposição ao governo federal no Largo da Batata, em Pinheiros, na Zona Oeste. Ele é organizado pela Frente Povo Sem Medo, da qual Guilherme Boulos (PSOL) faz parte, e terá a participação das torcidas organizadas, como o movimento Somos Democracia, formado por torcedores do Corinthians.

Mais de 4.000 policiais que estarão nas ruas amanhã foram orientados a revistar mochilas e, caso haja objetos que apontem risco para pessoas ou patrimônios públicos, devem ser apreendidos e os abordados, qualificados.

Segundo a SSP (Secretaria da Segurança Pública), "para garantir a segurança de todos, a polícia reforçou o esquema de segurança em toda cidade de São Paulo, com destaque para os pontos de concentração dos manifestantes".

Serão utilizados três helicópteros, seis drones, 150 viaturas, quatro veículos "guardiões" e um veículo lançador de água. Outras unidades da PM permanecerão de prontidão e, se necessário, serão deslocadas para prestar apoio às equipes, de acordo com a pasta.

Não será permitido portar:

  • Bandeiras e faixas com mastro ou hastes;
  • Guarda-chuvas;
  • Bastão para tirar fotos;
  • Materiais, objetos cortantes ou pontiagudos;
  • Bebidas alcoólicas;
  • Arma de fogo ou branca de qualquer espécie;
  • Fogos de artifício;
  • Taco de basebol, golfe e similares;
  • Outros objetos que possam causar riscos, dano ou importunação as pessoas;

Avenida Paulista x Largo da Batata

Segundo a SSP, os organizadores dos atos, em diálogo com o MP (Ministério Público), comunicaram a mudança de local para que os eventos ocorram separadamente. "Os grupos contrários ao governo Bolsonaro se reunirão na região do Largo da Batata e os favoráveis na avenida Paulista", afirmou a pasta.

Atos contra e a favor do presidente Bolsonaro estavam previstos para ocorrer na Paulista, a exemplo do domingo passado, mas o juiz Rodrigo Galvão Medina proibiu que grupos manifestamente antagônicos realizassem protestos no mesmo horário e local.

Torcedores pró-democracia, que encabeçaram a manifestação crítica ao presidente no domingo passado, criticaram a decisão judicial que proíbe atos antagônicos na Paulista e decidiram mudar o ato para o Largo da Batata, em Pinheiros, zona oeste.

No domingo passado, houve violência na Paulista. A PM foi criticada por supostamente ter defendido os manifestantes pró-Bolsonaro e atacado os manifestantes identificados como antifascistas, contra o presidente. A PM, depois, afirmou ser apartidária.

Ao menos seis pessoas foram detidas pela PM. Destas, cinco foram acusados de se envolver em uma briga com um apoiador do presidente, que teria provocado o grupo. O celular do agredido foi tomado por um dos detidos, que permaneceria preso.

Planejamento de "guerra"

Segundo o colunista do UOL Rogério Gentile, o serviço de inteligência da Polícia Civil "detectou que lutadores de arte marciais planejam fazer uma 'verdadeira guerra' amanhã na avenida Paulista".

O alerta sobre a ação do grupo de lutadores teria sido feito ontem pelo delegado seccional do centro, Roberto Monteiro, em reunião realizada na sede do 2º batalhão de Policiamento de Choque.

A prefeitura pretende retirar caçambas do entorno da Paulista a fim de evitar que sejam utilizadas para abrigar instrumentos contundentes, como armas brancas e tacos de beisebol.