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Primeiro dia de reabertura em SP tem poucos clientes e respeito às normas

Talyta Vespa

Do UOL, em São Paulo

06/07/2020 14h16

O primeiro dia de reabertura de bares e restaurantes em São Paulo foi tímido. A fila para pegar comida por quilo na maior parte dos estabelecimentos no centro da capital, hoje, estava organizada. As mesas, seguramente distantes umas das outras.

Nos estabelecimentos localizados no centro velho, as medidas de segurança se resumiam a máscaras e álcool em gel. Para sentar às mesas, os clientes precisavam estar distantes uns dos outros, e a disponibilidade de assentos foi restrita pela metade: se, em uma mesa, cabiam seis pessoas, apenas três poderiam se sentar.

A Padaria Parreirinha, na rua Aurora, que costuma receber centenas de pessoas para o almoço todos os dias, atendia os dois primeiros clientes do dia às 13h. O garçom responsável pelo salão contou que o fim de semana no espaço foi agitado: funcionários passaram o sábado e o domingo medindo as mesas, determinando o máximo de pessoas que poderia sentar —apenas metade dos assentos disponíveis deveriam ser ocupados. Além disso, os clientes não podem se sentar um em frente ao outro.

Álcool em gel foi disponibilizado na entrada do buffet. Os clientes que, ali, almoçavam, penduraram as máscaras no queixo. O movimento foi maior no clássico restaurante Sujinho, também no centro —mas incomparável à quantidade de pessoas que o estabelecimento recebia antes de a quarentena ser decretada na cidade.

A gente tinha filas de espera todos os dias. As pessoas se acostumaram a comer em casa, vai demorar um pouco para voltar a ser como era antes.
Antonio Francisco Rodrigues, gerente do Sujinho

Apenas quatro mesas abrigavam clientes. Diferentemente da padaria Parreirinha, seis pessoas sentavam uma ao lado da outra na mesma mesa no Sujinho. O gerente da casa explicou que não separa grupos grandes, mas que, nesses casos, evita a proximidade com outros clientes.

Medição de temperatura

Assim que chegam à cantina italiana La Farina, também no centro, mãe e filha são recebidas pelo gerente da casa, Wallace, com um termômetro digital em mãos. Prontamente, ele mede a temperatura das duas —e, em seguida, a da repórter.

Nenhuma das três apresentou temperatura maior que 37 graus —o que, segundo ele, proíbe a clientela de entrar. Entre cada mesa disponível, havia um espaço interditado por uma faixa. O intuito é evitar que as pessoas fiquem próximas umas das outras, diz o gerente.

O espaço, Wallace conta, costumava lotar durante o almoço. "É triste porque a gente precisa disso para sobreviver. Mas faz parte. Aos poucos, o movimento vai voltando". A cada cliente novo que adentra o estabelecimento, Wallace comemora.

Medir a temperatura se tornou medida de segurança em muitos estabelecimentos dos Jardins, próximos à avenida Paulista. Em uma das padarias mais tradicionais da cidade, um funcionário com máscara e face shield recepcionava quem entrava e quem saía com o termômetro portátil.

Bar prefere não abrir

A comemoração pela reabertura não é realidade em um dos bares mais famosos de São Paulo, o Bar Brahma, que fica no cruzamento entre as avenidas Ipiranga e São João.

O espaço decidiu reabrir as portas só em agosto. Um funcionário, questionado pela reportagem, explica que os horários determinados pelo decreto não englobam o período em que o bar recebe a maior parte de de seus clientes, à noite.

Deste modo, diz, a reabertura dentro desses moldes seria um gasto pouco proveitoso.