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Engenheiro relata ameaças e nega ter agredido fiscal em bar no Rio

Do UOL, em São Paulo

07/07/2020 07h36

O engenheiro flagrado pela reportagem do Fantástico, da TV Globo, questionando a atuação da equipe da Vigilância Sanitária e atacando o superintendente de educação e projetos do órgão, Flávio Graça, em bar da Barra da Tijuca, no Rio, relatou estar sofrendo ameaças e negou ter agredido alguém.

"Estamos hoje com medo da nossa integridade física. Desde o momento em que a reportagem foi ao ar as pessoas na internet começaram a nos ameaçar. Há 24 horas não dormimos, não comemos e só bebemos água. Estamos apavorados com tudo isso", disse ele, que pediu para não ter o nome revelado, ao jornal Extra.

"Estamos recebendo ameaças por telefone. Estão nos xingando, nos ameaçando, estamos apavorados. Eu não esperava essa repercussão. Estamos com medo de sair na rua. Não queremos nem pensar em sair às ruas", acrescentou ele, que estava acompanhado da mulher.

Flávio também foi ouvido no Encontro, da Rede Globo. "Estou nessa função desde 2017 como superintendente de educação da vigilância e a gente preza que a informação chegue antes da fiscalização". Mesmo tendo sofrido ofensas, ele explica aos seus instruídos que não se deve levar para o lado pessoal.

"Tive fiscais que me ligaram na véspera, naquela mesma rua, triste por terem recebido palavras em coro, bastante ofensivas. Mas sempre coloco para os fiscais que os xingamentos não são para os fiscais, são para a instituição. Tem muitos erros que não são de má-fé, então trabalhamos muito para a instrução das pessoas", afirmou ele, na TV Globo.

Flávio disse que logo à chegada, quando filmou o local, foi recebido com ofensas. "Ficaram extremamente arredios". Flávio disse que outra pessoa, um homem, tentou provocá-lo de forma a provocar uma agressão, mas o fiscal domou a situação. Ele ainda pediu que o casal não seja agredido.

"Acho que as pessoas não devem ser agressivas com esse casal, senão elas cometem o mesmo erro que elas cometeram. Não se pode fomentar a violência num momento desses. Não é preciso vingar a vigilância", concluiu.

Ontem, a empresa de transmissão de energia Taesa informou, por meio de suas redes sociais, que demitiu uma funcionária que desrespeitou as regras de prevenção à covid-19 e as normas de segurança da companhia. A empresa não citou o nome da funcionária na nota, mas, em contato com a reportagem do UOL, confirmou que trata-se da mulher flagrada em reportagem do Fantástico.

O caso ganhou repercussão após a mulher dizer: "cidadão não, engenheiro civil, formado, melhor do que você" para um profissional que fiscalizava o cumprimento das medidas de segurança contra a covid-19 em bares cariocas.

O engenheiro, que diz ter um filho pequeno, afirma que pretende fazer boletim de ocorrência, pensa em pedir proteção para o estado, no programa de proteção à testemunha, e nega ter intimidado os funcionários. Segundo o jornal, em nenhum momento ele pediu desculpas para o fiscal da Vigilância Sanitária.

"Em nenhum momento houve agressão ou intimidação. Eu não tinha essa intenção. Como a mídia estava lá gravando, estávamos cansados (depois de um dia de trabalho) e havíamos acabado de ser expulsos do restaurante, ficamos exaltados. Volto a dizer: em nenhum momento houve agressão", disse.

Ele acrescentou ainda que acreditava ter direito de falar com o superintendente por ser "pagador dos meus impostos".

"Quis questionar a metodologia da medição e o fiscal disse que era para eu procurar a superintendência para ver como era o método estabelecido. Então, eu me exaltei e disse que eu era o chefe dele, porque pagava meus impostos", contou.

O engenheiro confirmou que solicitou o auxílio emergencial do governo federal, benefício criado para ajudar trabalhadores durante a crise gerada pela pandemia do coronavírus.

"Eu recebei, sim, os R$ 600 porque estava desempregado. Consegui emprego no meio da pandemia. Se for necessário, eu devolvo. Entendo que essa medida emergencial se aplica a pessoa que precisa. Naquele momento era o meu caso", revelou.

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