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Repúdio a racismo contra entregador em Valinhos une de Bolsonaro a Lula

Do UOL, em São Paulo

07/08/2020 23h45Atualizada em 08/08/2020 12h05

Vítima de discriminação, o entregador Matheus Pires recebeu hoje notas de solidariedade vindas dos polos opostos da política nacional. O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) foi um dos agentes públicos a lamentar o ocorrido em sua conta do Twitter. A mesma rede social foi utilizada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para repudiar o ato racista contra o motoboy.

Embora direcionem constantemente críticas um ao outro, Bolsonaro e Lula tiveram, em comum, o mesmo posicionamento diante do racismo sofrido por Pires em um condomínio residencial de Valinhos (a 85 km de São Paulo). O caso, que ocorreu em 31 de julho, veio à tona na noite de ontem, após a mãe do entregador publicar um vídeo que mostra um homem branco humilhando seu filho pelo atraso no delivery.

O presidente da República afirmou em seu perfil que "a miscigenação é uma marca do Brasil".

Independentemente das circunstâncias que levaram ao ocorrido, atitudes como esta devem ser totalmente repudiadas. A miscigenação é uma marca do Brasil
Jair Bolsonaro

Ele também publicou uma imagem retirada do vídeo, em que Pires é interpelado pelo homem que o ofendeu — identificado como o contabilista Mateus Abreu Almeida Prado Couto.

Lula, também no Twitter, disse que o cidadão que ofendeu o trabalhador "não merece da sociedade brasileira nenhum respeito".

Fiquei enojado de ver a ignorância de um cidadão tentar desqualificar um trabalhador que estava ganhando o pão de cada dia na sua moto, suando a camisa honradamente, e foi agredido por um ignorante
Lula

O alcance dos ataques sofridos por Pires repercutiu no Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, que manifestou repúdio em nota publicada no site da pasta na noite de hoje.

"O ministério lamenta o episódio registrado no vídeo, compartilhado nas redes sociais e websites, em que um homem branco discrimina um trabalhador negro por conta da cor da pele e classe social. Nas imagens, o profissional ofendido é identificado apenas pelo primeiro nome", diz o texto.

O iFood, aplicativo utilizado por Couto, tirou o usuário do cadastro e afirmou ser contra o racismo.

Da esquerda à direita

Políticos de diversos partidos e viés ideológico antagônicos manifestaram solidariedade ao entregador. O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) declarou que o agressor era "no mínimo um babaca". Já o psolista Guilherme Boulos chamou Couto de "racista asqueroso".

O incidente também foi repudiado por nomes como o senador Humberto Costa (PT-PE) e a deputada Carla Zambelli (PSL-SP).

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