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Grupo protesta contra despejo de acampamento do MST em MG: 'Zema covarde'

Segundo o MST, Quilombo Campo Grande tem 450 famílias que trabalham na produção de café - Divulgação/MST
Segundo o MST, Quilombo Campo Grande tem 450 famílias que trabalham na produção de café Imagem: Divulgação/MST

Do UOL, em São Paulo

13/08/2020 16h34Atualizada em 13/08/2020 18h15

Famílias do acampamento do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) Quilombo Campo Grande, no sul de Minas Gerais, protestaram hoje contra uma ação de reintegração de posse iniciada ontem pela Polícia Militar. Nas redes sociais, o governador Romeu Zema (Novo) foi chamado de "covarde".

"As famílias do acampamento Quilombo Campo Grande seguem há mais de 30 horas em resistência! Nenhuma casa ou produção foi atingida ainda. Podemos parar o despejo! Denuncie! Romeu Zema, tire a Polícia Militar! #ZemaCovarde", escreveu o perfil oficial do MST no Twitter.

Pela manhã, segundo o MST, cerca de 200 homens de cinco batalhões estavam no acampamento Quilombo Campo Grande para cumprir a ordem de despejo. O movimento entrou com um pedido no STJ (Superior Tribunal de Justiça) para tentar suspender a ação e tem convocado mobilizações nas redes sociais contra o governo mineiro.

A área ocupada pertencia à usina Ariadnópolis, da Capia (Companhia Agropecuária Irmãos Azevedo), que faliu em 1996 e ainda responde por diversos processos trabalhistas. Hoje, ainda de acordo com o MST, o acampamento tem 450 famílias que trabalham na produção de café.

Ordem judicial, diz governo de MG

Em nota, o governo de Minas Gerais disse ao UOL que não tem competência para suspender uma ordem judicial e, portanto, não pode reverter a ação de reintegração de posse em Quilombo Campo Grande.

"A ordem de reintegração de posse da gleba da Fazenda Ariadnópolis é oriunda de processo judicial transcorrido. Seu eventual descumprimento é crime de desobediência tipificado no Código Penal", argumentou.

O UOL também entrou em contato com a PM de Minas e aguarda posicionamento.

Ontem, também em nota, o governo mineiro afirmou que a operação foi planejada para ser pacífica, "sem necessidade do emprego de força e seguindo todos os protocolos de segurança estipulados para o período da pandemia da covid-19".

O governo também afirmou que as famílias vêm sendo realocadas em locais disponibilizados pela prefeitura de Campo do Meio e que a Sedese (Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social) presta apoio técnico ao município para atendimento a essas pessoas.