Poluição do ar passa do limite aceitável e ameaça vida no centro-oeste
A poluição no centro-oeste brasileiro chegou a níveis alarmantes. O "OtaLab" no UOL da última quinta-feira (17) falou sobre a situação que tem sido gerada pelas queimadas no Pantanal, que se agravaram desde o último mês.
Segundo dados do Lapis (Laboratório de Análise e Processamentos de Imagens de Satélite), ligado à UFAL (Universidade Federal de Alagoas), o nível de monóxido de carbono (CO) em algumas cidades atingiu mais de 1.700 ppm (parte por milhão) —o índice tolerável para o ser humano é de até 50 ppm. O cenário representa um aumento de 3.360% além do ideal em alguns pontos.
Hugo Fernandes, biólogo e professor da UECE (Universidade Estadual do Ceará), explicou que o cenário pode trazer riscos à vida das pessoas.
"Quanto mais CO na região, menor é oxigênio disponível. Acima de 200 ppm já podemos ter sintomas sérios de saúde, sobretudo para pessoas que possuem comorbidade. Quando atingimos níveis tão altos, o impacto se alastra para qualquer pessoa. Podemos ter óbitos humanos a partir dessa poluição, e isso precisa ser encarado com muito cuidado e muita urgência", disse.
O risco também se estende para animais e outros seres vivos. "A fauna silvestre já está sendo atingida de forma direta pelas queimadas, mas alguns grupos, como pássaros, podem morrer no contato com a fumaça."
O biólogo acrescentou ainda que o alto índice de poluição ajuda a criar um ciclo que tem impacto em todo o meio ambiente e propicia a formação de novas queimadas.
A região do Pantanal enfrenta a maior queimada dos últimos seis anos, segundo o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Hoje, a destruição chega a quase 3 milhões de hectares (o equivalente à área da Bélgica).
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