Topo

Esse conteúdo é antigo

Advogado de André do Rap nega que sabia da fuga: 'perdi poder sobre ele'

André do Rap está foragido - Luís Adorno/UOL
André do Rap está foragido Imagem: Luís Adorno/UOL

Colaboração para o UOL

15/10/2020 15h02

O advogado de defesa de André do Rap, Áureo Tupinambá de Oliveira Fausto Filho, diz que não sabe onde está o traficante. Ele também afirmou que não sabia da fuga.

"Não tenho ideia de onde ele (André do Rap) está. A última vez que estive com ele foi no sábado. Não tive mais notícia. Claro que eu não sabia que ele ia fugir", afirmou Áureo em entrevista à Rede Globo.

O advogado afirmou que preferia que o cliente tivesse se entregado para a polícia, depois que o habeas corpus foi revogado pelo presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Luiz Fux.

"Com a decisão do Fux fui pego de surpreso e perdi poder sobre meu cliente. Eu conversei com André no sábado, poucos minutos depois que foi revogada a liminar. Montamos a estratégia de apresentar um recurso na terça-feira, no primeiro dia útil. E a orientação da defesa era que, se não conseguisse o recurso, ele se entregasse", comentou Áureo.

Perguntado se André do Rap tem intenção de se entregar para a polícia, o advogado não soube responder.

"No sábado ele tinha intenção de se entregar. Agora não sei, não tive mais contato com o André", insistiu Áureo.

André do Rap foi liberado depois de decisão do ministro Marco Aurélio Mello, do STF. Agora 600 policiais civis de São Paulo trabalham articulados com policiais do Paraná, de Santa Catarina e da Polícia Federal para encontrar o traficante. A Interpol também colocou André na lista de procurados em 190 países.

Fabio Pinheiro Lopes, diretor do Departamento de Homícidios de São Paulo, explicou por que é tão difícil encontrar André do Rap.

"Ele é um criminoso que foge da normalidade. Ele não anda em voos comerciais. Ele tinha próprios helicópteros e consegue arrumar aviões. Consegue identidade falsa e tem rede de proteção ao seu entorno", disse ele, também em entrevista à Rede Globo.

O delegado do caso, Ruy Ferraz, conta com colaboração internacional para encontrar o traficante.

"O Brasil é muito extenso. Um ponto qualquer do país pode ser utilizado como esconderijo de um criminoso. E é uma organização criminosa que se estabeleceu recentemente no Paraguai e na Bolívia. Mas tanto a aeronáutica quanto a Infraero estão colaborando e, com o tempo, vamos estabelecer o que aconteceu", concluiu Ruy.