A maioria que estava sentada não usou máscaras, pois o uso não é obrigatório em bares, restaurantes e similares quando os clientes permanecem nas mesas.
"Bares lotados. Praias lotadas. Shopping lotados. Mas estamos proibidos de ministrar nossas aulas presenciais para jovens e adultos respeitando todas as normas de segurança. Não faz sentido algum! Os sonhos que somos responsáveis em ajudar a realizar não podem ser interrompidos. Levamos a sério nossa missão de mudar a vida de nossos alunos. Pode ser no bar, na praia, na praça... estaremos juntos. Que venha a próxima edição", disse o PHD Cursos.
A organização do aulão afirmou que não imaginava a repercussão, mas defende que a "sede de voltar a estudar" foi o diferencial do evento. A empresa que ministra o curso informou que está preocupada com os alunos e que há maneiras de ministrar aulas com segurança.
Para a diretora do PHD Curso, Juliana Ribeiro, a presença dos alunos ao aulão no bar mostrou o quanto os estudantes estão "sentindo falta das aulas presenciais". Ela afirmou que o aulão serviu para mostrar às autoridades que é possível liberar aulas de cursos preparatórios, pois o público em sua maioria é formado por adultos.
"Mais de sete meses sem aulas presenciais, após a reabertura de praticamente tudo e atendendo aos protocolos básicos de segurança, os Cursos Livres de Maceió e de todo o estado precisam acolher seus alunos e retomar as atividades. Não podemos aceitar, de maneira passiva e acomodada, que jovens e adultos possam frequentar todos os ambientes sociais, mas sejam privados do direito fundamental de estar em uma sala de aula", criticou Juliana Ribeiro, se referindo ao último decreto do governo liberando eventos com até 300 pessoas, funcionamento de bares, restaurantes e similares, shoppings e até comícios.
Os participantes tiveram material impresso, mas também foram compartilhadas apostilas em formato de arquivo pdf para que quem quisesse estudar por meio de aparelhos eletrônicos.
"Para mim, as principais estrelas desse aulão foram os alunos. Se a gente chamasse para tomar cachaça, lembra qual foi a confraternização que deu mais de 150 pessoas? Eu não me lembro alguma desse tipo. Foi quando se passou na cabeça da gente em colocar mais de 150 alunos dentro de um bar para estudar. Foi muito proveitoso, a galera curtiu bastante, comprou a ideia e adquiriu conhecimento, isso que é mais importante", destacou o professor Diego Correia.
Novos eventos sendo planejados
Os organizadores do aulão bar planejam novos eventos no mesmo formato, em locais que esteja liberada a presença de 300 pessoas, para dar prosseguimento aos estudos com os alunos de forma presencial. O próximo evento está sendo chamado de "madrugadão" —o aluno deverá ter três horas de aula de direito voltado para concursos. O local ainda não foi definido. Segundo o professor Diego Correia, o curso já confirmou mais de 100 inscritos para participar do "madrugadão".
"A gente demonstrou que consegue sim, com respeito ao decreto, pela segurança dos alunos, cumprir os protocolos de segurança. Se não liberar até o dia do 'madrugadão', a gente vai fazer em algum canto. Seja num bar, num parque de diversão, seja na praia, em qualquer canto, mas o aulão vai ter. A gente pode chamar um político que seja candidato para fazer um comício porque está liberado e fazemos a aula. Tiramos 30 minutos para ele falar as palavras dele, e depois três horas para atividades de direito constitucional, penal, processual e administrativo", disse o professor.
Governo estuda retomada de aulas
Em entrevista à imprensa, ontem, o governador de Alagoas, Renan Filho (MDB), disse que estuda a retomada de aulas presenciais para adultos em faculdades, cursinhos pré-vestibulares e preparatórios para concurso e que isso deve ocorrer nas próximas semanas.
"O estado está estabilizado há muitos dias no número de infectados da covid-19. Vamos aguardar mais essa semana que vem para dar mais um passo, sobretudo avançando na questão da educação. Se nesta semana tivermos os resultados semelhantes da semana anterior, anunciaremos a retomada das aulas para adultos", disse.
Renan Filho afirmou que o retorno dos adultos às salas de aula dará parâmetro para o governo avaliar a liberação de crianças e adolescentes às escolas.
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