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ONG que trata doentes pendura faixa após roubos: 'Sr. ladrão, ligue antes'

ONG no Mato Grosso do Sul colocou faixa para evitar roubos - Lana Costa/AOMS
ONG no Mato Grosso do Sul colocou faixa para evitar roubos Imagem: Lana Costa/AOMS

Abinoan Santiago

Colaboração para o UOL, em Ponta Grossa (PR)

28/10/2020 12h12

Depois de sofrer oito roubos, uma associação que cuida de pacientes ostomizados em Mato do Grosso do Sul decidiu apelar para uma faixa para que o prédio não seja mais saqueado. Somente em 2020, os danos no imóvel, que fica no bairro Vilas Boas, em Campo Grande, superaram R$ 60 mil.

"Sr. (sic) ladrão, venho novamente pedir. Por favor, ligue antes para evitar maiores prejuízos", diz a faixa colocada na segunda-feira (26), em frente ao prédio.

Segundo a Associação dos Ostomizados de Mato Grosso (AOMS), o apelo com a faixa ocorreu dias após sofrer mais uma tentativa de roubo, em 22 de outubro. Quatro suspeitos tentaram entrar no imóvel, mas não conseguiram devido ao recente reforço na segurança, que custou R$ 8 mil.

"É uma faixa irônica. A gente fez para eles [suspeitos] porque em abril deste ano sofremos um roubo de R$ 60 mil em mercadorias. Ficamos indignados que mesmo reforçando a segurança, derrubaram o portão. Colocamos outro e instalamos mais câmeras. Ainda assim, quatro suspeitos tentaram entrar na semana passada. Eles só não conseguiram porque reforçamos bem", comentou a vice-presidente da AOMS, Lana Costa, ao UOL.

Ao longo dos roubos, a associação contabiliza perda de televisões, celulares, artigos de cosméticos, confecções, materiais de construção e motor de betoneira.

Os objetos ficam no prédio porque a entidade faz um bazar diário como alternativa de arrecadação de fundos pagar despesas correntes, funcionários e auxiliar pacientes que passaram pela ostomia, procedimento cirúrgico de abertura da parede abdominal.

"Geralmente recebemos mercadorias doadas pela Receita Federal. Como é ano eleitoral, essa doação não ocorreria. Prevendo isso, separamos vários produtos para comercializar em 2020 para ajudar nas nossas despesas", lamentou Lana.

Com a última tentativa de roubo neste mês, a entidade diz que agora não anunciará mais os produtos pela internet. "Acaba chamando atenção para suspeitos quando postamos", disse a vice-presidente, que garantiu a permanência do bazar, apesar da suspensão das divulgações na página da entidade. "Não podemos fazer outra coisa além do bazar porque estamos impedidos de carregar peso e fazer outros serviços devido à bolsa de colostomia".