Polícia Civil indicia oito pessoas por incêndio do Hospital Badim, diz TV
A Polícia Civil do Rio de Janeiro indiciou hoje oito pessoas pelo incêndio do Hospital Badim, que fica no bairro da Tijuca, na Zona Norte do Rio, e pegou fogo em setembro do ano passado. Segundo a investigação, o sistema de prevenção de incêndio do hospital estava com defeito, foram feitas obras irregulares no local e o plano de evacuação não conseguiu evitar as mortes causadas pelo incêndio. As informações são da TV Globo.
O indiciamento pelo incêndio acontece dois dias após o fogo que provocou quatro mortes no Hospital Federal de Bonsucesso, também na Zona Norte da capital fluminense.
Segundo os investigadores, 17 mortes foram causadas diretamente pelas consequências do fogo. O total de óbitos de pacientes após o ocorrido passa dos 20, mas o Badim reconhece apenas 13 mortes causadas pelo incêndio e mais nove pessoas que teriam morrido por causas não relacionadas ao evento.
Os indiciados pela polícia responderão por 15 crimes de homicídio doloso qualificado e dois crimes de homicídio, além das acusações de incêndio.
No momento do incêndio no Badim, a unidade hospitalar tinha mais de 100 pessoas internadas. O fogo impressionou pela fumaça espessa que saía do hospital e que provocou a morte de pacientes por inalação.
Entre os indiciados, estão dois diretores do hospital particular e mais dois diretores da empresa responsável pela instalação e manutenção do gerador em questão. Os indiciados são:
- Marcelo Vieira Dibo e Vírginia de Figueiredo Marques (diretores do Hospital Badim)
- Norbert Bieberle (responsável pela engenharia civil da unidade)
- Alberto Roca (engenheiro de segurança do trabalho)
- Lúcia de Cassia dos Reis Batista (engenheira coordenadora do setor de manutenção)
- Márcia Regina Pereria da Rocha (chefe do setor de arquitetura)
- Jorge Luiz Buneder e João Luiz Buneder (diretores da empresa Stemac, responsável pela construção e manutenção do gerador)
Causas do incêndio
De acordo com a perícia feita no local, o fogo começou em um gerador de energia do hospital, que ficava no subsolo e estava instalado de maneira irregular. A fumaça teria se espalhado pelo CTI onde estava a grande maioria dos pacientes afetados.
A investigação concluiu que a tragédia podia ter sido evitada se uma reforma no CTI não tivesse bloqueado a saída de gases poluentes. Além disso, a obra não tinha aprovação do Corpo de Bombeiros.
Os avisos falhos de incêndio também contribuíram para a propagação do incêndio. Segundo o inquérito, dispositivos que soltam água quando detectam fumaça não funcionaram e alarmes não tocaram, além de o plano de evacuação não ter funcionado.
Defesa
Em nota, o Hospital Badim informou ao UOL que vem se empenhando em minimizar o impacto causados às famílias, já tendo estabelecido 13 acordos. O hospital disse ainda que está surpreso com a informação acerca da conclusão do inquérito e com o vazamento de seu conteúdo sem ter tido acesso ao mesmo.
O Hospital Badim concluiu dizendo que confia em uma melhor análise do Ministério Público e prestará todos os esclarecimentos após ter acesso aos autos.
Já a Stemac, empresa responsável pelo gerador que pode ter provocado o incêndio, disse que não vai comentar o caso porque que não teve acesso ao inquérito.
A defesa de Marcelo Vieira Dibo disse que não teve acesso aos autos e alega que está tentando há mais de 20 dias.
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