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Doria diz que tomará 'medidas legais' contra festas privadas de Réveillon

Allan Brito, Douglas Porto, Lucas Borges Teixeira e Rafael Bragança

Do UOL, em São Paulo

30/11/2020 14h12Atualizada em 30/11/2020 16h23

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), disse que poderá recorrer a "medidas legais" contra festas de Réveillon para evitar aglomeração. Depois de anunciar que todo o estado passará para a fase amarela do Plano São Paulo após piora nos indicadores, Doria reforçou que festas estão proibidas até do início da vacinação contra a covid-19.

"Não é hora de festa. Não é hora de celebração. Só poderemos voltar a ter festas depois da vacinação. Enquanto isso, não devemos ter aglutinações nem públicas e nem privadas", afirmou o governador durante entrevista coletiva sobre a pandemia realizada no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo, hoje (30).

Segundo ele, o governo paulista vai "aplicar medidas proibindo qualquer festividade privada ou pública" enquanto não houver vacinação. "Não vamos permitir. Adotaremos medidas legais, que se sobrepõem a medidas municipais, para impedir realização de festas de Reveillon", declarou Doria.

Mudança no comércio e serviços

Aglomerações e maior fluxo de pessoas nas ruas e em bares fechados têm sido alguns dos principais motivos indicados pelo governo para o aumento de parte dos indicadores. Nesta segunda, Doria anunciou a regressão de todo o estado para a fase amarela do Plano São Paulo.

"Não estamos nem um pouco confortáveis com dados dessa última semana. O fato de as regiões regredirem devem representar essa preocupação", afirmou João Gabbardo, que é o coordenador-executivo do Centro de Contingência ao Coronavírus.

A mudança interfere diretamente no funcionamento de comércio e serviços. A ocupação máxima permitida dos estabelecimentos passa de 60% para 40%, e o horário de funcionamento é limitado a dez horas diárias com fechamento às 22h.

Festas e aglomerações, no entanto, já estavam proibidas mesmo na fase verde. Em julho, Doria já havia anunciado que a celebração pública do ano novo na capital, comemorada na Avenida Paulista, estava cancelada.

Na coletiva, o governador lamentou as medidas, reconheceu que a população "está exausta" de isolamento, mas reafirmou a necessidade de proibir as atividades. "O inimigo da economia é a pandemia, não quarentena. Temos que combater o vírus, que tem que ser levado a sério, como estados estão fazendo. Prioridade tem que ser as vacinas", completou o governador.

Um dia depois das eleições

A adoção das medidas restritivas foi anunciada um dia depois das eleições municipais. Na semana passada, representantes do Centro de Contingência chegaram a recomendar ao governador a adoção imediata de mais restrições, mas ele preferiu esperar. O argumento foi que era necessário aguardar o fechamento da semana epidemiológica, no sábado (28).

Ontem, na capital, o anúncio da vitória de Bruno Covas, na sede do PSDB estadual, no Jardins, teve aglomeração de políticos e militantes. "Fui a uma coletiva de imprensa, não fui a uma comemoração", respondeu Doria, quando foi questionado por uma jornalista.

De acordo com José Medina, coordenador do Centro de Contingência, a fase amarela, assim como em um semáforo, "significa que temos que tomar muito mais cuidado. "O verde erroneamente foi interpretado como 'pode passar', o amarelo já no inconsciente significa que é necessária cautela", disse.