Chefe do tráfico vira réu por suspeita de propina a agentes do MP paraguaio
A Justiça Federal aceitou denúncia por corrupção ativa contra Sérgio de Arruda Quintiliano Neto, o Minotauro, apontado chefe do tráfico na fronteira do Brasil com o Paraguai. A advogada e esposa dele, Maria Alciris Cabral Jata, a Maritê, também virou ré no inquérito que investiga o pagamento de propina a dois integrantes do Ministério Público paraguaio para que investigações contra o narcotraficante fossem arquivadas.
De acordo com a denúncia apresentada pelo MPF (Ministério Público Federal), os agentes subornados tinham cargos equivalentes ao de promotores de justiça no Brasil. Um dele, Hugo Volpe, coordenava o grupo que investigava e denunciava o tráfico de drogas no Paraguai. O outro, Armando Cantero, liderava o combate ao tráfico de drogas em Pedro Juan Caballero, cidade que faz fronteira com Ponta Porã (MS).
Ainda segundo o MPF, cada um deles recebeu uma caneta da marca Mont Blanc, avaliada em 900 dólares (cerca de R$ 4.750, na cotação do dia). Já Cantero recebeu mais 10 mil dólares (em torno de R$ 52.783,00) em dinheiro.
O MPF aponta Minotauro e Maitê como integrantes de associação criminosa voltada para o tráfico internacional de drogas e corrupção ativa de funcionários públicos. Os dois comercializavam cocaína vinda da Bolívia, em aviões, descarregavam em uma fazenda próxima de Pedro Juan Caballero e, a partir dali, distribuíam a droga nacional e internacionalmente.
Minotauro é apontado o responsável pela produção e comercialização da droga, enquanto Maritê cuidava da parte financeira, incluindo pagamentos mensais a policiais paraguaios e agentes do Ministério Público do país.
A nova denúncia foi aceita pela Justiça Federal de Ponta Porã em 19 de novembro.
Condenado em outra ação, Minotauro é sucessor de Rafaat
Em setembro, Minotauro foi condenado a 40 anos de prisão em outra ação, que também sentenciou Maritê a 20 anos de prisão. Além dos dois, o piloto do avião de Minotauro, Emerson da Lima e Silva, foi condenado a 8 anos por integrar a organização criminosa.
Minotauro apontado como o sucessor de Jorge Rafaat Toumani, assassinado em 2016, na liderança do tráfico de drogas e de armas na fronteira, sobretudo na região entre Pedro Juan Caballero e Ponta Porã (MS).
De acordo com a Justiça, ele ficava sediado em Ponta Porã, mas tinha movimentação assídua entre o Paraguai, a Bolívia e os portos de Santos (SP) e Paranaguá (PR), de onde grande parte da cocaína produzida na América do Sul é transportada a outros continentes.
O narcotraficante foi preso em fevereiro de 2019 em um condomínio de luxo em Balneário Camboriú (SC) e, desde então, está no presídio federal de Brasília. Lá, chegou a ser o único preso autorizado a tomar banho de sol com Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, líder do PCC (Primeiro Comando da Capital).
De acordo com investigadores, Minotauro não é batizado no PCC, mas, sim, um sócio, assim como era Rafaat.
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