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Caso Marielle

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Milicianos se filiaram ao PSOL dias após eleição de Marielle em 2016

Marielle Franco (PSOL) foi assassinada em uma emboscada na região central do Rio de Janeiro em março de 2018 - Divulgação
Marielle Franco (PSOL) foi assassinada em uma emboscada na região central do Rio de Janeiro em março de 2018 Imagem: Divulgação

Gabriel Sabóia e Herculano Barreto Filho

Do UOL, no Rio

08/12/2020 12h05

Dois integrantes da milícia do Rio das Pedras, na zona oeste do Rio de Janeiro, se filiaram ao PSOL em 2016, poucos dias após Marielle Franco ter sido eleita vereadora da capital fluminense pelo mesmo partido.

De acordo com fontes da Polícia Civil ouvidas pela reportagem, a data de filiação dos dois milicianos coincide com o dia em que o policial reformado Ronnie Lessa começou a realizar buscas pelo nome do então deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL-RJ), hoje deputado federal.

Lessa está preso desde março do ano passado, acusado de ser o autor dos disparos que mataram Marielle e o motorista Anderson Gomes. A informação foi originalmente divulgada pela revista Veja e confirmada pelo UOL. O crime completa hoje mil dias sem apontar os mandantes e o motivo.

A Polícia Civil, no entanto, não vê ligações diretas entre a dupla de milicianos e os assassinos de Marielle e Anderson. Apesar disso, não está descartada a possibilidade de que os milicianos tenham se infiltrado no quadro da legenda para avaliar e monitorar agendas e compromissos de Marielle.

Membros do PSOL confirmam a filiação de Laerte Silva de Lima e da mulher dele, Erileide Barbosa da Rocha. Os dois foram presos no ano passado.

Laerte foi detido durante a primeira etapa da Operação Os Intocáveis, acusado de fazer parte do "braço armado da milícia". Erileide foi presa na segunda fase da operação, também em 2019, mas atualmente cumpre prisão domiciliar e é monitorada por tornozeleira eletrônica.

O UOL tenta contato com as defesas dos citados.

Filiados ligados a chefe do Escritório do Crime

Apesar de não haver vínculo direto comprovado entre o assassinato de Marielle e Anderson e a filiação dos dois milicianos ao PSOL, a polícia do Rio sabe que Laerte era um dos homens de confiança do ex-capitão do Bope (Batalhão de Operações Especiais) Adriano da Nóbrega, apontado pelo MPRJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) e pela Polícia Federal como chefe do Escritório do Crime.

Nóbrega foi morto em fevereiro durante um confronto com forças de segurança na Bahia.

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