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Técnica de enfermagem é morta a facadas; ex-marido é preso como suspeito

Ivanir Rodrigues Antunes, 35 anos - Reprodução / Redes Sociais
Ivanir Rodrigues Antunes, 35 anos Imagem: Reprodução / Redes Sociais

Felipe Munhoz

Colaboração para o UOL, em Lençóis (BA)

06/02/2021 18h56Atualizada em 09/02/2021 07h11

A técnica de enfermagem Ivanir Rodrigues Antunes, 35 anos, foi morta a facadas na manhã de ontem no sofá de sua residência, em Maracaju (MS), a 159 km de Campo Grande. De acordo com a Polícia Civil, testemunhas que estavam na casa no momento do crime disseram se tratar de feminicídio cometido pelo ex-marido da vítima, que não aceitava o fim do relacionamento ocorrido há cerca de cinco meses. O homem de 30 anos foi preso pouco depois em Sidrolândia, a 90 km do local da ocorrência.

Segundo consta no B.O., a Polícia Militar foi acionada para uma ocorrência na qual uma mulher havia sido gravemente ferida por uma faca. O Corpo de Bombeiros informou ao UOL que também chegou a ser acionado, mas que, quando chegou ao local, a equipe constatou que a vítima já havia morrido.

A testemunha relatou para a polícia que estava dormindo com a esposa em um quarto da casa quando foi acordada pelo suspeito, que teria dito que tinha acabado de matar a ex-esposa, mas que não tinha nada contra o casal.

Em seguida, ainda segundo o relato da testemunha, o suspeito teria voltado para a sala, onde estava a vítima, e dado mais golpes de faca em Ivanir. Logo depois, o homem teria pulado o muro e fugido em um veículo Saveiro, de cor branca.

A Polícia Militar, então, foi informada que o suspeito teria pegado a rodovia MS-162, em direção a Sidrolândia. A Polícia Civil de Sidrolândia informou à reportagem que policiais militares capturaram o suspeito na entrada da cidade. Ele estava acompanhado de um amigo, que também foi detido e ouvido pela polícia.

A Polícia Civil de Maracaju, que investiga o caso, não soube informar se o suspeito já constituiu defesa. Disse apenas que ele segue detido à disposição da Justiça.

Repercussão

A morte da funcionária do Hospital Soriano Corrêa da Silva causou grande repercussão em Maracaju, cidade com cerca de 48 mil habitantes. O médico e ex-prefeito da cidade Maurilio Azambuja publicou um texto em uma rede social em homenagem à técnica de enfermagem.

"Até na profissão de médico lidar com a morte não é uma coisa simples. Agora, como administrar a morte de uma pessoa próxima a nós quando ela chega de uma hora para outra, causada brutalmente por motivos fúteis, banais e pessoais?", questionou Azambuja.

"Essa minha reflexão vem no dia em que recebo com muita tristeza a notícia de 'feminicídio' a qual foi vítima uma colega de profissão de 35 anos, cheia de vida, sonhos, vontades e que justamente estava disposta a colaborar para salvar vidas", disse o médico.

"Deixo aqui minha profunda tristeza, pois com mais de 40 anos de medicina, nunca foi tão difícil conviver com a morte como em situação como essa. Para a família, amigos, colegas de trabalho, nosso sentimento de conforto nessa hora. Ao ato de 'assassinato' frio e cruel, nossa esperança que ainda possamos tornar a humanidade digna de estar nesse mundo", concluiu Azambuja.

A reportagem entrou em contato com o irmão da vítima, José Augusto Rodrigues Antunes, que afirmou estar muito abalado e, por conta disso, afirmou que não queria dar nenhuma declaração no momento sobre o ocorrido.

Como denunciar

Já sofreu uma agressão e quer denunciar? Registre um Boletim de Ocorrência por violência doméstica em qualquer delegacia. Se puder, procure uma delegacia da mulher, especializada neste tipo de caso.

Conhece uma mulher em situação de perigo? Ligue para 180. O canal do governo federal funciona 24 horas, incluindo sábados, domingos e feriados. A ligação é anônima e a central dá orientações jurídicas, psicológicas e encaminha o pedido de investigação a órgãos de defesa à mulher, como o Ministério Público.

Em casos de emergência, é possível telefonar para 190 e acionar a polícia.