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Empresário é preso por vender carne de cavalo como se fosse bovina em SC

Polícia Civil interdita açougue que vendia carne adulterada em Tubarão/SC Imagem: Polícia Civil SC

Abinoan Santiago

Colaboração para o UOL, em Florianópolis/SC

16/02/2021 13h58

A Polícia Civil de Santa Catarina informou hoje, 16, que prendeu um empresário suspeito de vender carnes de cavalo e javali como se fossem bovinas e suínas, respectivamente. A ação, ocorrida em Tubarão, a 142 quilômetros de Florianópolis, também resultou no cumprimento de um mandado de interdição do açougue onde ele trabalhava.

Além do empresário, a 2ª Vara Criminal de Tubarão determinou que a sócia-proprietária do estabelecimento, esposa do suspeito, também se abstenha de exercer a atividade.

O caso foi descoberto após a Polícia Civil flagrar, em agosto de 2020, um abatedouro clandestino de cavalos em Imaruí, a 75 quilômetros de Tubarão. A investigação apurou indícios de que o local era mantido pelo empresário preso para abastecer o próprio açougue.

Na ação no abatedouro, a polícia prendeu dois homens. Eles confessaram que encaminhavam as carnes para o estabelecimento em Tubarão.

"Já tínhamos recebido algumas informações de que esse estabelecimento vendia carne fraudada, mas não conseguimos provas que indicassem isso. Em agosto, quando essa dupla foi presa, ambos acabaram confirmando que a carne dos cavalos abatidos era para o açougue", afirmou o delegado André Crisóstomo.

Identificação dos crimes no açougue

De acordo com a Delegacia de Delitos de Trânsito e Divisão de Crimes Ambientais (DTCA), amostras dos produtos vendidos no estabelecimento foram encaminhadas ao Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal, em Brasília, que constatou a existência de carnes de cavalo e de javali. Os peritos confirmaram a fraude por meio de sequenciamento genético.

O exame pericial apontou carne de cavalo na comercializada como bovina moída e a de javali nas linguiças vendidas como suínas.

O casal dono do açougue poderá responder, segundo a Polícia Civil, por receptação qualificada e crimes de ordens de consumo e podem ser condenados de sete a 18 anos de prisão.

Em diligência anterior no estabelecimento, a Polícia Civil já havia constatado uma série de irregularidades, como armazenamento de carnes estragadas com outras a serem comercializadas, peças inteiras e moídas sem identificação de procedência, além de precária higiene no local, o que causava forte odor pútrido.

Empresário diz que denúncia é perseguição

Em depoimento à Polícia Civil, o empresário negou que vendia carnes adulteradas. Ele argumentou que era alvo de perseguição de estabelecimentos concorrentes na cidade.

"Ele negou qualquer prática ilícita, dizendo que isso era algo de concorrente querendo prejudicá-lo no negócio. Pedimos a prisão dele porque ao longo da investigação, tentou comprar testemunhas. Para assegurar o andamento do processo, representamos pela prisão preventiva, decretada pela Justiça", disse o delegado.

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