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Adolescente de 14 anos é morto durante operação do Bope no Amapá

Polícia afirma ter sido recebida a tiros; testemunha contesta versão - PM-AP/Divulgação
Polícia afirma ter sido recebida a tiros; testemunha contesta versão Imagem: PM-AP/Divulgação

Ed Rodrigues

Colaboração para o UOL, no Recife

01/03/2021 17h14

Um adolescente de 14 anos foi morto durante confronto com o Bope (Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar) no Amapá. Segundo policiais militares, após denúncia de tráfico de drogas no bairro do Congós, em Macapá, uma equipe se deslocou até o local, mas teria sido recebida a tiros. A guarnição, ainda segundo os PMs, reagiu à agressão e alvejou o jovem, que não resistiu.

Moradores da região, que não quiseram se identificar, rebateram a versão dos militares. Segundo eles, Kauã Silva Santos aparentemente não estava armado.

"Tinha um grupo de jovens e, de repente, a viatura chegou. Foram muitos disparos, mas não vi o menino com arma alguma", disse uma testemunha.

Sobre o tráfico na região, outro morador informou que realmente está ocorrendo, principalmente à noite. "Tem muito disso por aqui. Mas nunca tive conhecimento que o menino estava no meio."

A equipe do Bope que participou da ocorrência manteve a versão de que apenas teria reagido à investida do garoto e que foi até o bairro por causa do tráfico.

"Os militares receberam denúncias e foram até o local. Quando os suspeitos perceberam a aproximação dos policiais, se dispersaram. No entanto, um deles, ao perceber que seria alcançado, passou a disparar em direção à equipe", contou o tenente Willian Leite.

Ao UOL, o oficial do Bope explicou que o jovem tem antecedentes e que, inclusive, esteve envolvido em um assalto com reféns no ano passado.

"O menor é conhecido como 'Dadinho'. Apesar da pouca idade, era acusado de inúmeros atos infracionais e utilizou uma pistola .40 para atirar contra a equipe policial", continuou o tenente.

"Ele e mais dois fizeram funcionários de uma loja de importados reféns durante um assalto em 2020. Foram quatro horas de negociação para liberarem as vítimas", concluiu.

A reportagem entrou em contato com a Polícia Militar do Amapá em busca de um posicionamento sobre o caso. No entanto, não recebeu retorno até a publicação.