Casal suspeito de matar jovem achada carbonizada é preso em Praia Grande
Maurício Businari
Colaboração para o UOL, em Santos (SP)
06/04/2021 13h28
Investigadores da 3ª Delegacia de Investigações sobre Homicídios, do Deic (Departamento de Investigações Criminais) de Santos, litoral de São Paulo, prenderam ontem um comerciante, de 25 anos, e sua esposa, de 23, suspeitos de terem assassinado a jovem Vitória Luiza da Silva, de 20 anos, com quem aparentemente o homem manteve relações extraconjugais.
A jovem, que morava em São Vicente, teria descoberto que o suspeito era casado semanas antes do crime. A esposa nega que tivesse conhecimento da traição do marido e também contesta qualquer participação no crime. O suspeito também refutou a participação da esposa, isentando-a de qualquer influência no crime, mas confessou a sua participação no homicídio da jovem.
O corpo de Vitória foi encontrado carbonizado no início da manhã da última quinta-feira (1º), na Rua Pescada Rosa, no bairro Jardim Melvi, em Praia Grande. Sem documentos e com o rosto desfigurado pela ação das chamas, a jovem não pôde ser identificada, sendo conduzida ao IML (Instituto Médico Legal) de Praia Grande.
Agentes da Polícia Civil informaram ao UOL que o reconhecimento da jovem só foi possível no dia seguinte. Isso porque amigas da vítima procuraram a polícia para contar que Vitória namorava com o acusado há alguns meses. E, além de reconhecerem o corpo, revelaram também que a jovem havia descoberto, cerca de um mês antes de ser assassinada, que o homem era casado.
De acordo com os investigadores, testemunhas informaram que, na noite do dia 31 de março, um dia antes de encontrarem o corpo de Vitória, o comerciante teria insistido para conversar com ela. Ele teria, inclusive, mentido para ela sobre sua situação conjugal, chegando a jurar que não estava mais casado. Essa foi a última vez que a vítima foi vista com vida.
Câmeras de monitoramento
Por meio de imagens capturadas por câmeras de monitoramento da Prefeitura de Praia Grande, os policiais puderam identificar o veículo do acusado, um Renault Sandero prata, circulando nas proximidades do local onde o corpo da jovem foi encontrado.
Ao ser identificado e questionado posteriormente pelos agentes da Polícia Civil, o comerciante alegou que estava nas redondezas acompanhado da esposa, em busca de drogas para comprar. Até então, porém, não se conhecia ainda a identidade da vítima e o namoro dela com o comerciante, e por isso ele acabou sendo liberado.
A prisão, concretizada ontem (5), somente ocorreu após a descoberta do caso que ele mantinha com Vitória, confirmado em depoimentos das amigas da vítima.
Confissão do crime
Durante interrogatório conduzido pelos investigadores do Deic, o homem teria confessado ser o autor do crime, insistindo na versão de que teria premeditado tudo sozinho, reforçando que a esposa seria inocente.
Ele teria dito ainda que chegou a parar com o carro em um posto para comprar gasolina, com o objetivo de atear fogo na amante. O comerciante contou então que ela resistiu, enquanto era levada à força por ele para uma rua deserta no Jardim Melvi, em Praia Grande, e acabou caindo ao chão, antes de ser carbonizada. Segundo os investigadores, os legistas confirmaram que Vitória apresentava lesões contundentes na cabeça antes de ter o corpo queimado.
A prisão temporária do casal é de 30 dias, podendo ser prorrogada por mais 30 dias. Segundo a Assessoria de Imprensa do Deinter 6 (Departamento de Polícia Judiciária de São Paulo Interior), ainda existem exames técnicos a serem realizados no sentido de esclarecer o caso.
As investigações agora prosseguem para apurar toda a história e também as circunstâncias em que ocorreu o homicídio.