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MG: vídeo mostra suspeita de vacinação clandestina dizer que dose é R$ 600

Ed Rodrigues

Colaboração para o UOL*

17/04/2021 01h09Atualizada em 17/04/2021 11h22

A mulher apontada como a falsa enfermeira que participou da vacinação clandestina contra a covid-19 em Belo Horizonte apareceu em um novo vídeo que, segundo a Polícia Federal, passou a fazer parte do inquérito já instaurado.

Cláudia Mônica Pinheiro é filmada em um prédio de luxo, no bairro Gutierrez. Ao ser questionada por uma pessoa, ela diz que o suposto imunizante que oferece custa R$ 600.

A pessoa que parece ser a responsável por filmar a mulher pergunta: "Você consegue comprar em laboratório?". "Essa ainda não", responde a suspeita.

O homem mostra Cláudia, vestida com um jaleco branco, indo embora: "Essa aí é a mulher que dá vacina nos moradores. R$ 600 cada uma", diz ele.

A Polícia Federal, que já investiga Cláudia e o filho dela, Igor Torres de Freitas, além de uma terceira pessoa, acrescentou a nova evidência ao inquérito. O delegado Rodrigo Morais disse já ter conhecimento do material.

"Vamos juntar aos autos. Já começamos a colher depoimentos no prédio. E teremos imagens do circuito de segurança e as informações do controle de acesso ao edifício", explicou.

Inicialmente foi levantada a possibilidade de importação irregular de vacinas ou, ainda, desvio de imunizante do Sistema Único de Saúde (SUS). As diligências da PF, no entanto, apontaram para a possibilidade de golpe.

Marcelo Martins é morador do prédio onde foi gravado o novo vídeo. No começo deste mês, ele confirmou em depoimento à PF ter recebido da falsa enfermeira uma suposta vacina contra a covid-19.

Segundo a PF, o empresário, que é dono de um haras, chegou a apresentar Cláudia Mônica Pinheiro a outros empresários.

Entenda o caso

A Polícia Federal iniciou investigação sobre a imunização clandestina de empresários na capital mineira depois de reportagem da revista piauí sobre suposta vacinação de pessoas em garagem de empresa de ônibus no bairro Caiçara, região noroeste da cidade. À publicação, o ex-senador e empresário do setor de transportes Clésio Andrade chegou a dizer que tinha sido vacinado. Depois, negou que tenha passado pela suposta imunização.

Vídeos aos quais o Estadão teve acesso mostram várias pessoas na garagem da empresa, que é um dos braços da transportadora Saritur, uma das maiores do setor em Minas Gerais, e uma mulher de jaleco branco fazendo movimentos semelhantes aos usados para aplicação de vacina. Algumas passavam pelo procedimento dentro de seus carros. Segundo a Polícia Federal, a suposta vacinação ocorreu durante dois dias no local, na segunda-feira, 22, e na terça-feira, 23 de março.

As investigações apontaram que a mulher de jaleco branco seria Claudia Freitas, cuidadora de idosos, que se passava por enfermeira, e chegou a ser presa. O esquema teria a participação do filho, Igor Torres de Freitas. Nas buscas da operação Camarote na casa de Claudia foram encontradas ampolas de soro fisiológico, que, conforme a PF, pode ser o que a falsa enfermeira aplicava em seus "clientes". A corporação apurou ainda que a mulher vinha atuando com o esquema desde fevereiro.

*Com informações do Estadão Conteúdo.