RS: em ato pró-Bolsonaro, homem aparece vestido como Ku Klux Klan
Um homem apareceu fantasiado com roupas semelhantes às usadas pela Ku Klux Klan durante um ato a favor do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e contra os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) em Porto Alegre. A manifestação aconteceu ontem e teve, ainda, gritos contra o comunismo e pedidos de intervenção militar.
As vestes, que incluem um capuz pontiagudo com furos nos olhos, apesar da cor marrom, têm o formato das túnicas brancas usadas pelo grupo supremacista branco e de extrema-direita norte-americano.
Em um vídeo que circula nas redes sociais, bonecos aparecem enforcados em uma árvore enquanto o homem, chamado de "carrasco" por outro manifestante, falava e era aplaudido por dezenas de presentes. A manifestação aconteceu na avenida Goethe, no Parque Moinhos de Vento (Parcão).
"O que nós viemos fazer aqui hoje, gente? Viemos acabar com o comunismo. Hoje, é o fim do comunismo. Alguém quer o comunismo aqui ainda? Querem o comunismo? Fim do comunismo!", dizia.
Confira o vídeo:
Em um outro vídeo é possível ver pessoas aglomeradas - muitas delas sem máscara -, vestidas de verde e amarelo, e carregando bandeiras do Brasil. No local, há faixas e cartazes estendidos no chão com críticas a ministros, deputados e senadores.
Alguns pedem "intervenção cívico-militar com Bolsonaro". Durante o ato, os participantes usam também os termos "eu autorizo, presidente", como aval para que Bolsonaro "dê um golpe de Estado".
Vereadores vão registrar BO
O vereador Matheus Gomes (PSOL), da Comissão de Direito Humanos da Câmara Municipal de Porto Alegre, disse que irá amanhã, acompanhado de outros cinco colegas, até a delegacia Especializada no Combate à Crimes de Intolerância para registrar um boletim de ocorrência. No entendimento do grupo, a manifestação "é uma apologia explícita à violência racial e ao ódio como um elemento de violência politica".
Os vereadores que vão acompanhá-lo são os quatro da bancada negra, Karen Santos (PSOL), Reginete Bispo (PT), Daiana Santos (PCdoB) e Bruna Rodrigues (PCdoB), além do vereador Leonel Radde (PT).
O vereador destaca a alusão ao método de linchamento da Ku Kux Klan e a falta de atitudes contrárias à ação. "As dezenas de pessoas presentes interagiram positivamente. Não foi um ato isolado. É necessária uma investigação direta", disse.
Com isso, a intenção é de que a polícia consiga identificar os presentes que, segundo Matheus Gomes, repetidamente participam de atos desse tipo na cidade. O vereador ressaltou ainda, que acredita que todos os presentes sabiam o que a cena representava "ainda que, teoricamente, o alvo fosse outro, como o STF".
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