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Santos: família do bicheiro Carlinhos Virtuoso é condenada por contravenção

Os irmãos Bernardo Bottene Virtuoso, Maria Augusta Bottene Virtuoso e Eduardo Bottene Virtuoso, condenados por envolvimento em um esquema de lavagem de dinheiro do jogo do bicho, coordenado pelo pai, o bicheiro Carlos Virtuoso - Reprodução/TV Record
Os irmãos Bernardo Bottene Virtuoso, Maria Augusta Bottene Virtuoso e Eduardo Bottene Virtuoso, condenados por envolvimento em um esquema de lavagem de dinheiro do jogo do bicho, coordenado pelo pai, o bicheiro Carlos Virtuoso Imagem: Reprodução/TV Record

Andréia Martins

Do UOL, em São Paulo

07/05/2021 12h41

Os três filhos e a ex-mulher do bicheiro Carlos Virtuoso, preso por contravenção, foram condenados a 11 anos de prisão por envolvimento com o jogo do bicho e lavagem de dinheiro em Santos. A sentença condenatória aponta ainda o envolvimento de policiais que ajudaram a acobertar o esquema.

Segundo a investigação, feita pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) do Ministério Público, a família integrava uma quadrilha que movimentava cerca de R$ 4 milhões por mês com o jogo do bicho. Carlos Virtuoso, que cumpre pena de 33 anos e dez meses de reclusão, em regime fechado, coordenava da prisão o esquema com ajuda da família e de assessores. O UOL ainda não conseguiu contato com a defesa dos réus.

Os sentenciados são a ex-mulher do contraventor, Iriana Bottene, e os três filhos do casal: Eduardo Bottene Virtuoso, Bernardo Bottene Virtuoso e Maria Augusta Bottene Virtuoso. A sentença foi prolatada pelo juiz Walter Luiz Esteves de Azevedo, da 5ª Vara Criminal de Santos, no último dia 12 de abril. As penas de cada um totalizam 11 anos de reclusão, em regime inicial fechado. No entanto, todos os réus terão direito a responder em liberdade.

O magistrado condenou mais dez réus, entre eles, dois assessores diretos do bicheiro: Janaína Amêndola Quirino e Carlos Alberto Gonçalves Gomes.

A investigação aponta que a banca de jogo do bicho comandada pela família "se transformou em organização criminosa estruturada, com a divisão de tarefas, e tinha como objetivo a obtenção de vantagens pecuniárias mediante a exploração do jogo do bicho em cerca de duas centenas de pontos de aposta situados em Santos, São Vicente e Praia Grande, para além da lavagem dos capitais obtidos por meio da contravenção", relata um trecho da sentença condenatória. "Agentes públicos (policiais) corruptos" também são citados no esquema.

Na residência de Janaína, foram encontradas diversas cartas remetidas por Carlos Eduardo onde ele dava instruções para a organização da banca. Ele contava ainda com ajuda do filho mais novo, Eduardo, que o visitava frequentemente na prisão.

Durante a interceptação das linhas telefônicas pertencentes aos réus, apurou-se ainda, no entender da acusação, que Janaína intermediava o recebimento do dinheiro obtido da banca do jogo (cerca de R$ 50 mil semanais) e pagava as despesas de Carlos Eduardo, dos três filhos e da ex-esposa, além de repassar valores para contas pessoais e das empresas de fachada para lavar o dinheiro.

Entre os gastos pagos com dinheiro oriundo do jogo do bicho estão serviço de jardinagem em uma casa de praia em Maresias, no litoral norte de São Paulo, multas de trânsito, faturas de cartão de crédito e mensalidade do Tênis Clube de Santos, entre outras.