Morre o arquiteto Paulo Mendes da Rocha, aos 92 anos
Morreu na madrugada deste domingo (23), aos 92 anos, o arquiteto Paulo Mendes da Rocha. Ele estava internado em São Paulo e teve a morte confirmada pelo filho, Pedro Mendes da Rocha.
Nascido em Vitória, no Espírito Santo, Mendes da Rocha era arquiteto, urbanista e professor. Ele se formou em 1954 na Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo. A partir de 1961, fez parte da chamada escola paulista de arquitetura, sob a liderança de Vilanova Artigas.
Principais projetos e prêmios
Entre as obras consideradas fundamentais na carreira do arquiteto estão a sede social do Jockey Club de Goiânia, de 1962; o edifício residencial Guaimbê e a própria residência dele, ambos em São Paulo (1964).
O arquiteto também é responsável por projetos de outros edifícios marcantes da capital paulista. Nos anos 1990, junto com os arquitetos Eduardo Colonelli e Welliton Torres, projetou a reforma da Pinacoteca de São Paulo. Mendes da Rocha também foi o autor do projeto do MuBE (Museu Brasileiro da Escultura e Ecologia). Os dois projetos ganharam o Prêmio Mies Van der Rohe de arquitetura latino-americana, em 1999 e 2000.
Outras obras do arquiteto incluem o projeto original do Museu da Língua Portuguesa, com o filho Pedro; e do Sesc 24 de Maio, com o MMBB.
Em 2006, Mendes da Rocha venceu Pritzker Prize, considerado o prêmio Nobel da arquitetura. Antes dele, só um brasileiro, Oscar Niemeyer, havia ganhado o reconhecimento. O arquiteto foi reconhecido, ainda, com o Leão de Ouro da Bienal de Veneza e a medalha de ouro do Instituto Real de Arquitetos Britânicos.
O arquiteto foi o responsável pelo projeto da sede do Museu Nacional dos Coches, em Lisboa (Portugal). Duas de suas obras ficaram sem conclusão: a Praça dos Museus da USP (Universidade de São Paulo), por problemas orçamentários; e o Cais das Artes, em Vitória, que teve a construção paralisada por problemas judiciais.
Carreira na USP
Mendes da Rocha foi professor na FAU/USP (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo) nos anos 1960. Durante a ditadura militar, foi afastado da universidade, voltando à instituição somente nos anos 1980. Em 1998, o arquiteto se aposentou compulsoriamente da carreira de docente, por ter completado 70 anos.
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