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Operação prende policiais suspeitos de sequestrar chefe do PCC

Imagem meramente ilustrativa; Operação Quebec Sierra Juliet cumpre dois mandados de prisão e dez mandados de busca e apreensão - Rodrigo Capote/Folhapress
Imagem meramente ilustrativa; Operação Quebec Sierra Juliet cumpre dois mandados de prisão e dez mandados de busca e apreensão Imagem: Rodrigo Capote/Folhapress

Colaboração para o UOL*

18/06/2021 11h37Atualizada em 18/06/2021 19h05

O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) do MP-SP (Ministério Público de São Paulo) deflagrou hoje uma operação para investigar policiais civis do Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais) por suspeita de participação no suposto sequestro de um dos líderes do PCC (Primeiro Comando da Capital), em julho do ano passado.

Dois policiais foram presos durante a ação - os nomes deles não foram divulgados. A operação, batizada de Quebec Sierra Juliet, cumpriu dois mandados de prisão e dez mandados de busca e apreensão.

De acordo com o MP, as investigações apontam que um dos chefes da facção, conhecido como Armani, foi supostamente sequestrado por policiais civis em 24 de julho do ano passado. Na data, ele teria passado a ser seguido pelos agentes — que usavam um carro furtado no Rio de Janeiro — e, ao parar num posto de gasolina, foi rendido.

Os quatro sequestradores, então, dividiram-se entre os dois carros e exigiram a quantia de R$ 300 mil para libertar Armani, alegando saber que ele era uma liderança da facção e que havia recebido recentemente R$ 1,5 milhão para financiamento da cédula "federal".

O valor de resgate foi negado e os sequestradores levaram Armani para a casa dele. De acordo com as investigações, os agentes teriam entrado no imóvel sem mandado judicial, de onde levaram R$ 15 mil.

Em seguida, os policiais levaram Armani até a sede do DEIC, onde continuaram exigindo pagamentos para libertar o chefe da facção, ainda de acordo com o MP-SP. Além de mantê-lo sequestrado, os policiais disseram ter recebido denúncias anônimas que prejudicariam a facção.

Duas advogadas da organização criminosa teriam sido incumbidas de negociar os valores de resgate e de propina para que Armani fosse libertado e para que os policiais não registrassem os fatos supostamente relatados nas denúncias anônimas. Uma delas teria providenciado o pagamento de R$ 30 mil, com a promessa de pagar mais R$ 30 mil em 30 dias.

Armani foi preso tempo depois, em novembro de 2020, na operação Fast Track. Segundo o Ministério Público, os policiais praticaram, em tese, crimes de extorsão mediante sequestro, associação criminosa, abuso de autoridade por violação de domicílio e receptação.

A ação conta com apoio da Corregedoria da Polícia Civil do Estado de São Paulo e do 4º Batalhão de Choque da Polícia Militar.

*Com Estadão Conteúdo