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PF e MP fazem ação contra comércio ilegal de cigarros no Rio de Janeiro

A organização criminosa teria usado conexões com tráfico e milícia para ameaçar os comerciantes - porpeller/Getty Images/iStockphoto
A organização criminosa teria usado conexões com tráfico e milícia para ameaçar os comerciantes Imagem: porpeller/Getty Images/iStockphoto

Colaboração para o UOL

24/06/2021 09h05Atualizada em 24/06/2021 10h22

A PF (Polícia Federal) e o MPRJ (Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro) deflagraram hoje uma operação conjunta para desarticular um grupo criminoso suspeito de envolvimento na comercialização ilegal de cigarros no estado.

A ação, batizada de "Fumus", cumpre 34 mandados de prisão e 75 de busca e apreensão em bairros do Rio, da Baixada Fluminense e do interior do estado, expedidos pela 1ª Vara Criminal Especializada da Capital, informou a PF.

Segundo o MPRJ, 40 pessoas foram denunciadas, entre elas seis policiais militares, acusadas de integrarem o esquema que obrigava comerciantes de cigarro em sua área de influência a vender exclusivamente produtos de uma marca específica.

Os produtos eram repassados pelo grupo e os vendedores deveriam obedecer às condições impostas, incluindo o preço estipulado.

As denúncias indicam que a organização mirava comerciantes de pequeno e médio porte, muitas vezes informais, independentes e sem CNPJ. Segundo informações do MPRJ, o grupo tinha "fiscais" e seguranças que checavam se os cigarros da marca indicada estavam sendo vendidos. Quem não obedecesse às ordens seria ameaçado ou, em alguns casos relatados, tinha a mercadoria roubada pela organização.

Em outros depoimentos, foi descoberto que o grupo suspeito teria usado ligações com tráfico de drogas ou milícias para ameaçar, coagir e assustar os comerciantes que se recusavam a fazer parte do esquema. A organização criminosa se autointitula a "Banca da Grande Rio".

O grupo possui diversos pontos de distribuição e influência pela cidade, um deles em Duque de Caxias. Segundo o MPRJ, apenas nesse centro e de setembro de 2019 a fevereiro de 2020, a Banca teria faturado R$ 9 milhões, o que seria cerca de R$ 1,5 milhão por mês. O órgão estima que a organização criminosa faturou R$ 45 milhões de 2019 até hoje.

No ponto de Caxias, se suspeita que o grupo emitia notas fiscais falsas dos cigarros para as empresas que estavam no esquema. Com isso, a organização conseguia lavar dinheiro e tabelar para baixo os preços da mercadoria.

De acordo com a PF, os alvos da ação são investigados por organização criminosa e outros crimes como extorsão, roubo, corrupção, lavagem de dinheiro e delitos tributários.

* Com informações da Agência Brasil