BA: Justiça decreta prisão de 11 suspeitos por mortes em caso Atakarejo
A Justiça da Bahia decretou a prisão preventiva de 11 dos 13 suspeitos de envolvimento nas mortes de Yan Barros da Silva, 19, e do tio dele, Bruno Barros da Silva, 29, em 26 de abril, em Salvador.
Yan e Bruno foram assassinados após serem acusados de furtar pacotes de carne em uma loja do Atakadão Atakarejo no bairro do Nordeste de Amaralina. Segundo a polícia, eles foram entregues por seguranças do supermercado a traficantes, que os torturaram e os assassinaram em seguida.
A decisão, proferida na última terça-feira (13) pela juíza Gelzi Maria Almeida Souza, atende a pedido feito pelo Ministério Público. Entre os acusados presos preventivamente estão o gerente geral e dois funcionários do supermercado. Os três foram denunciados pelos crimes de homicídio qualificado por motivo torpe, meio cruel e sem possibilitar a defesa das vítimas, constrangimento ilegal e extorsão.
Apontados pela polícia como executores, cinco suspeitos foram denunciados por homicídio qualificado. Outros quatro respondem por homicídio qualificado e cárcere privado
Os dois dos 13 suspeitos que responderão em liberdade terão que comparecer em juízo mensalmente, evitar contato com familiares das vítimas e testemunhas do processo e só poderão sair da comarca de Salvador com autorização judicial.
Em seu despacho, a magistrada explica que essas medidas cautelares são cabíveis em crimes cuja pena seja inferior a quatro anos, como é o caso do delito de ocultação de cadáver, pelo qual esses dois respondem. A pena para este crime é de reclusão de um a três anos e multa.
O inquérito policial sobre o caso indiciou 23 pessoas. Até agora, o MP denunciou 13 e não se manifestou acerca das outras dez.
Promotoria vai apurar participação de adolescente
Ao determinar as prisões preventivas, a juíza Gelzi Maria Almeida Souza assinalou que os elementos colhidos até agora na investigação são suficientes para demonstrar indícios de autoria e materialidade do fato.
A magistrada determinou que a Promotoria da Infância e Juventude apure a possível participação de um adolescente no duplo homicídio.
Atakadão não comenta prisões
Procurado pelo UOL, o Atakadão Atakarejo disse que não se manifestaria sobre as denúncias apresentadas pelo MP nem a respeito das prisões preventivas decretadas pela Justiça. Em nota, a assessoria da rede voltou a dizer que deseja o esclarecimento do fato o mais rapidamente possível e que todos os responsáveis sejam devidamente punidos.
No comunicado, a empresa reitera seguir um "rigoroso Código de Ética e Conduta" e que não tolera qualquer tipo de violência.
"Informamos também que diversas medidas de aprimoramento do nosso serviço visando o enfrentamento ao racismo estrutural já estão em curso e serão divulgadas em breve."
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