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Ana Escobar: Escolas devem reabrir, mas não de forma obrigatória

Colaboração para UOL

15/10/2021 11h04

A médica pediatra Ana Escobar participou do programa UOL Debate na manhã de hoje juntamente com o médico pediatra e infectologista Renato Kfouri e a coordenadora geral da campanha pelo Direito à Educação Andressa Pellanda. Os especialistas conversaram sobre a obrigatoriedade da volta às aulas presenciais no estado de São Paulo.

De acordo com a médica Ana Escobar, a obrigatoriedade da decisão causa preocupação aos pais devido a falta de segurança de muitas escolas do estado.

"Não há dúvidas da importância das escolas para as crianças, do bem-estar físico e psicológico, mas a palavra obrigar e a obrigatoriedade é o que nos deixa preocupado. Eu já recebi vários avisos de pais sabendo que muitas escolas não estão com a infraestrutura preparada, e tem pais que não estão se sentindo seguros em mandar seus filhos. As escolas devem abrir, mas não de forma obrigatória", disse.

Para Andressa Pellanda, o retorno obrigatório é uma medida grave.

"A questão da obrigatoriedade é grave no sentido da falta de condições internas das escolas. Tenho dados do Censo de 2020 que mostram temos escolas no Brasil sem banheiros, sem esgoto, sem água e sem estrutura completa para lavagem de mãos e higienização. Não temos um trabalho de obras nas escolas para preparar essa infraestrutura. A volta as aulas é primordial para o desenvolvimento das nossas crianças e adolescentes, a gente se preocupa com essa volta, mas é preciso ter a segurança que a gente ainda não tem em termos de infraestrutura", afirmou.

Sobre as medidas de segurança dentro das escolas, o médico Renato Kfouri disse que é necessário manter o distanciamento social, usar máscaras e cumprir todos os protocolos.

"O distanciamento físico é um método eficaz. Não se pega covid em um ambiente aberto, usando máscaras, com as pessoas vacinas e cumprindo os 2 metros de distância. Esse método soma no sentido de redução de risco. Não podemos negar que é um risco trazer todas essas crianças depois de tanto prejuízo e um cenário tão complicado que vemos dessa doença", disse.

"É totalmente prematuro pensar em tirar máscara dentro e fora da escolas. A gente tem que manter essas máscaras durante um tempo muito maior ainda. A pandemia não acabou, o vírus ainda está rodando entre a gente, a taxa de transmissão diminuiu, mas o vírus está aí. Então quanto mais conseguirem cercar os professores e alunos, melhor", completou a médica Ana Escobar.