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Pai que tentou salvar técnica de enfermagem esfaqueada morre; ex confessa

Franciele Robert da Silva, 33 anos, foi morta a facadas  - Reprodução/Facebook
Franciele Robert da Silva, 33 anos, foi morta a facadas Imagem: Reprodução/Facebook

Vinícius Rangel

Colaboração para o UOL, em Vitória

07/12/2021 16h00Atualizada em 07/12/2021 17h09

O autônomo Júnior dos Santos Igesca, de 36 anos, teve prisão preventiva decretada ontem no final do dia, durante audiência de custódia em Várzea Grande (MT). Ele é suspeito de esfaquear a ex-companheira e o pai dela e, segundo a polícia, confessou o crime após se calar em um primeiro depoimento. Franciele Robert da Silva, de 31 anos, morreu no domingo (5). Já o pai, Aparecido José da Silva, de 68, não resistiu aos ferimentos e, apesar de ser hospitalizado, morreu ontem.

Aparecido ficou internado em estado grave em um Hospital de Cuiabá. Ele foi atingido com uma facada no pescoço e também no umbigo.

De acordo com a Polícia Militar, ele foram acionados para a ocorrência e chegaram ao local por volta das 18h, no domingo. O aposentado estava na porta de casa ensanguentado, mas ainda consciente. Ele afirmou que tentou evitar que a filha fosse atingida, entrou em luta corporal com o ex-genro, mas acabou ferido.

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Franciele Robert da Silva, 33 anos, foi morta a facadas; ex foi detido
Imagem: Reprodução/Facebook

Franciele estava separada de Júnior há cerca de dois meses. De acordo com a Polícia Civil, ele não aceitava o fim do relacionamento.

'Frio e perigoso'

O juiz do caso afirmou na decisão que Júnior era frio e perigoso.

A sentença foi proferida por Luis Augusto Veras Gadelha, da Vara da Violência Doméstica Contra a Mulher. Ele afirmou que "a gravidade dos fatos imputados ao indiciado é patente e a conversão do flagrante em prisão preventiva é o único caminho a ser, por ora, trilhado por este Juízo. Nesse sentido, observo que a forma como foram praticados os crimes revelam a extrema periculosidade e frieza do indiciado", disse Gadelha, na decisão.

O suspeito do crime na Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa preferiu ficar em silêncio, mas na audiência confessou ter assassinado a ex-mulher Franciele Robert da Silva de 31 anos e ferido o pai dela, Aparecido José da Silva, 68. O UOL tenta contato com a Defensoria Pública, que o representará, mas ainda não obteve resposta.

Aparecido tentou salvar filha, que também foi morta  - Reprodução/Redes Sociais - Reprodução/Redes Sociais
Aparecido tentou salvar filha, que também foi morta
Imagem: Reprodução/Redes Sociais

A autoria do crime foi enfatizada durante a decisão do juiz. "Há, sem dúvida, prova da materialidade e indícios suficientes da autoria do crime, já que o indiciado, sem adentrar ao mérito, confirmou hoje em audiência que tentou matar o sogro Aparecido José da Silva e tirou a vida da sua ex-companheira Franciele Robert da Silva", alegou o juiz.

E finalizou dizendo: "Deve o indiciado, portanto, permanecer preso durante a conclusão do inquérito policial e eventual instrução criminal para garantia da ordem pública em razão da gravidade em concreto da sua conduta".

O delegado responsável pelo caso, Olímpio da Cunha Fernandes Junior, disse que aguarda ainda a documentação da morte do pai da técnica de enfermagem para mudar a autuação do suspeito.

"Estamos aguardando a documentação do pai da técnica de enfermagem para dar seguimento ao inquérito. Agora ele responderá por dois crimes e não somente por um igual antes divulgado. Só o feminicídio tem pena estipulada no Código Penal de 12 a 30 anos de prisão", explicou Olímpio.