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Exército enviará ao MP dados sobre colecionador que vendeu arsenal ao CV

Fuzis apreendidos vieram de colecionador de armas para o tráfico Imagem: Divulgação/ MP-RJ

Igor Mello

Do UOL, no Rio

27/01/2022 16h00

O Exército afirmou hoje (27) que irá colaborar com as autoridades do Rio de Janeiro na investigação sobre um colecionador de armas preso por vender um arsenal para traficantes do Comando Vermelho.

De acordo com investigações do MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) e da Polícia Civil, Vitor Furtado Rebollal Lopes, o Bala 40, se aproveitava da licença como CAC (Caçador, Atirador e Colecionador), emitida pelo Exército, para comprar legalmente armas e munições. Posteriormente, ele as repassava para a facção criminosa.

Em nota, o Comando Militar do Leste afirmou que "o Exército Brasileiro está apoiando as autoridades competentes na apuração dos fatos". Afirma ainda que a instituição "não compactua com qualquer tipo de ilegalidade, repudiando veementemente atitudes e comportamentos em conflito com a lei".

Nesta terça-feira (25), uma operação deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado), com o apoio da DRE (Delegacia de Repressão a Entorpecentes) e da Desarme (Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos) apreendeu 26 fuzis, 21 pistolas, três carabinas, dois revólveres, uma espingarda calibre 12, um rifle e um mosquetão. As armas estavam escondidas na casa de Vitor, no Grajaú, zona norte do Rio. No local também foram encontradas caixas com munições para fuzil.

A quadrilha era investigada desde 2018. Vitor foi preso na última segunda-feira (24) em Goiás, transportando em um carro 10 mil munições de calibre 5,56 e 1 mil munições de calibre .308, usadas em fuzis e carabinas.

Segundo os investigadores, as armas e munições abasteciam várias das principais favelas controladas pelo CV no Rio, como o Jacarezinho, os complexos do Lins e de Manguinhos e o Parque União, no Complexo da Maré, todos na zona norte da capital. O Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, na Região Metropolitana, também era um destino frequente do armamento.

Desde o início de seu governo, em 2019, o presidente Jair Bolsonaro (PL) vem sistematicamente reduzindo os controles sobre a venda e o rastreamento de armas e munições no Brasil. Ele também facilitou a posse de armas e a obtenção de licenças de CAC, medidas criticadas por especialistas em segurança pública.

Hoje, um CAC pode comprar até 60 armas durante a vida, 30 delas de uso restrito. Outro decreto do presidente ampliou a quantidade munição que eles podem adquirir: o limite subiu para mil munições de uso restrito e cinco mil de uso permitido a cada ano, além de material para fazer a recarga de outros 7 mil cartuchos.

Apesar de dizer que irá colaborar com o MP-RJ e a Polícia Civil, o Exército destacou que os dados sobre a licença de colecionador obtida por Vitor permanecerão sob sigilo.

"De acordo com o Art. 60. do Decreto n° 10.030, de 30 de setembro de 2019, as informações pessoais e técnicas sobre pessoas que exerçam atividades com Produtos Controlados pelo Exército (PCE) são consideradas de acesso restrito", diz a nota.

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